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Curiosidades / Mitos

Sun Wukong: O macaco iluminado da mitologia chinesa

O anti-herói era um fanfarrão imortal que podia atravessar metade da Terra num pulo só

Redação AH Publicado em 11/12/2018, às 15h00

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Representação de Sun Wukong - Getty Images
Representação de Sun Wukong - Getty Images

No budismo, existe a ideia da “mente de macaco”. É o estado bagunçado, impulsivo e perturbado em que as pessoas normalmente se encontram, pensamentos múltiplos e incômodos se dividindo em vários galhos pelos quais a mente salta caoticamente. Basicamente, o ideal oposto da serenidade dos budas, dos bodhisattvas.

E ninguém encarnou mais literalmente esse conceito – e a sua superação – que o anti-herói Sun Wukong, 孫悟空, “Macaco Que Despertou para o Vazio”. Nascido de uma pedra fertilizada pelo céu e a terra, que cria um útero e bota um ovo, já falava desde seu primeiro momento e emitiu um raio de luz de seus olhos que acordou ao próprio Imperador de Jade, o monarca dos céus. Como o raio parou assim que Sun Wukong começou a beber e comer, ele foi inicialmente ignorado pelas divindades. Até não poder ser mais.

Após se tornar rei dos macacos, estudou com o sábio Subhuti, que lhe ensinou a técnica das 72 transformações – que ele nunca pegou 100%, porque seu rabo continuava no lugar. Aprendeu a saltar pelas nuvens, podendo atravessar metade da Terra num pulo só. E acabou expulso por ser fanfarrão demais, exibindo-se diante de estudantes menos dotados.

Procurando um desafio, roubou do dragão dos mares Ao Kuang o que seria sua arma principal, o Ruyi Jingu Bang (如意金箍棒), um cajado de 7.960 quilos que pode encolher até o tamanho de uma agulha ou se esticar aos céus conforme sua vontade. Wukong a seguir formaria uma aliança com reis demônios.

Cansadas de suas fanfarronices e longevidade anormal, as forças do inferno tentam arrastá-lo para cumprir seu destino, morrendo e reencarnando. No lugar disso, Sun Wukong apaga seu nome do Livro da Vida e da Morte, tornando-se imortal.

Após tanta estripulia, o Imperador de Jade convida-o para os céus, para tentar controlá-lo. Lá ele recebe o cargo de limpador de estábulos – uma humilhação. E decide mandar tudo às favas, declarando-se “Grande Sábio, Igual aos Céus”.

Na guerra que se seguiu, nenhum dos heróis celestiais foi páreo para o macaco invencível. Somente Buda em pessoa, usando de um truque, foi capaz de aprisioná-lo. Como ele também se mostrou impossível de ser executado, Wukong acabaria enterrado sob uma montanha, ficando lá por 500 anos, até ser encontrado pelo monge Xuanzang.

O sábio usa de uma bandana mágica para controlar o macaco, que não pode ser tirada e se aperta por sua vontade, causando terríveis dores. Assim, Wukong, contra sua vontade, participa da Jornada para o Oeste. A missão épica de resgatar sutras sagrados na Índia.

Essa seria sua redenção. Após vencer as 82 tribulações com o mestre, o macaco finalmente supera sua natureza destrutiva. E ascende à condição de Buda. E hoje serve de modelo para a cultura pop oriental, como Goku, de Dragon Ball.