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Desventuras / Segunda Guerra Mundial

Escondeu no próprio quarto: A mulher que salvou judeus durante a Segunda Guerra

Corrie ten Boom, juntamente de sua família, garantiu que muitas vidas fossem salvas das garras dos nazistas

Ingredi Brunato Publicado em 24/10/2023, às 20h00 - Atualizado em 30/10/2023, às 16h37

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Fotografias de Corrie ten Boom - Divulgação/ Wikimedia Commons e Divulgação/ Corrie ten Boom House
Fotografias de Corrie ten Boom - Divulgação/ Wikimedia Commons e Divulgação/ Corrie ten Boom House

Corrie ten Boom foi a primeira mulher da Holanda a ser licenciada como relojoeira, isso é, uma fabricante de relógios — seguindo assim o legado dos ten Boom. Não é esse o principal motivo, no entanto, pelo qual seu nome foi eternizado na História. 

Durante a Segunda Guerra Mundial, ela era uma mulher na casa dos 50 anos que, com a sua família, usou uma estreita parede falsa em seu quarto como esconderijo para os judeus perseguidos pelos nazistas, repercute o The Museum Times. Uma pequena abertura no guarda-roupa mostrava o local no qual as vítimas do Holocausto encontravam uma chance de sobreviver.

Já o trabalho na loja de relógios do pai, em particular, servia de fachada para os esforços humanitários que conduzia em segredo, ajudando-a a adquirir vales de alimentação (fortemente racionados) para alimentar as pessoas que sobreviviam no local. 

Heroísmo 

Centenas de refugiados passaram pela casa dos ten Boom naquele período. Alguns deles tiveram estadias rápidas, seguindo viagem para algum local mais seguro da Europa, enquanto outros, por vezes mais debilitados, que não tinham como encarar a jornada, passaram meses vivendo no refúgio improvisado. 

Uma das principais motivações por trás desses atos nobres era a fé de Corrie. Integrante da Igreja Reformada Holandesa, ela era uma cristã que acreditava na igualdade de todos os indivíduos perante Deus, segundo explicou em sua autobiografia, que foi repercutida pelo Holocaust Encyclopedia. 

Outro detalhe importante, é que a proximidade com a comunidade judaica também era um legado que atravessou gerações entre os ten Boom. O avô da mulher, por exemplo, participou de iniciativas que buscavam a melhoria das relações entre cristãos e judeus. Além disso, outros dois sobrinhos de Corrie fizeram parte de células de resistência à perseguição nazista durante a Segunda Guerra

Duas fotografias mostrando a residência dos ten Boom, que hoje é um museu / Crédito: Divulgação/ Wikimedia Commons 

Em fevereiro de 1944, próximo ao fim do conflito, Corrie foi presa com seus entes queridos devido os resgates que realizou. No dia em que a Gestapo invadiu a residência, seguindo a dica de um informante, ocorria uma reunião semanal de oração, de forma que a casa estava cheia: havia pelo menos 30 pessoas no local, incluindo membros da família ten Boom e integrantes da resistência. 

Alguns dele, infelizmente, morreram enquanto estavam detidos. A maioria, incluindo a própria Corrie, conseguiu sobreviver. Ela foi enviada ao Campo de Concentração de Ravensbruck, situado na Alemanha, conforme informado pelo portal da Universidade Batista de Dallas. 

A artesã teve uma vida longa, tendo, inclusive, a oportunidade de escrever vários manuscritos de livros. Ela também gravou mensagens em vídeo a respeito de suas experiências. Corie faleceu em 1983, aos 91 anos. 

Preservação da memória

Em 2023, o autor Larry Loftis lançou uma biografia completa a respeito da vida de Corrie ten Boom chamada de "A filha do relojoeiro: A história verdadeira da heroína da Segunda Guerra Mundial,Corrie ten Boom". 

Entre os círculos cristãos, o nome dela é muito conhecido. Nos círculos judaicos, é um mistério o motivo pelo qual o nome de Corrie [não é mais amplamente conhecido] porque ela e seu pai (Casper ten Boom) foram introduzidos no Yad Vashem como Justos entre as Nações", explicou o escritor em entrevista ao The Times of Israel.