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Desventuras / Oppenheimer

Oppenheimer: 5 coisas que você deveria saber sobre o físico

Personagem central de 'Oppenheimer', mais novo e premiado filme de Christopher Nolan, o 'pai da bomba atômica' possui várias curiosidades sobre sua vida; confira!

Éric Moreira Publicado em 14/04/2024, às 15h00 - Atualizado em 16/04/2024, às 10h13

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O físico J. Robert Oppenheimer - Domínio Público via Wikimedia Commons
O físico J. Robert Oppenheimer - Domínio Público via Wikimedia Commons

Nas últimas semanas, chegou ao catálogo do Amazon Prime Video o filme 'Oppenheimer'. Lançado em julho de 2023, no chamado fenômeno 'Barbenheimer', este longa é o mais novo trabalho de Christopher Nolan, que até mesmo conquistou no Oscar 2024 sete estatuetas, incluindo a de Melhor Filme.

No longa-metragem, Cillian Murphy encarna "o físico J. Robert Oppenheimer, que trabalha com uma equipe de cientistas durante o Projeto Manhattan, levando ao desenvolvimento da bomba atômica", segundo a sinopse.

Considerado pela história como o "pai da bomba atômica", Julius Robert Oppenheimer foi uma figura crucial para o fim da Segunda Guerra Mundial, com a vitória dos aliados, pouco após o bombardeio das cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki.

+ Oppenheimer: Por que o filme não mostra Hiroshima e Nagasaki?

Porém, embora a criação da bomba atômica e a frase "agora, eu me tornei a morte, o destruidor de mundo" relembrem a trajetória de Oppenheimer, sua vida ainda é repleta de outras curiosidades. Confira a seguir 5 coisas que você provavelmente não sabia sobre o físico americano:

1. Primeira paixão científica

Por mais que Oppenheimer tenha se consagrado como físico, esta não foi sua primeira formação. Graduado em química, em Harvard, sua primeira paixão científica foi uma área um tanto quanto inusitada: a geologia.

"Aos 12 anos, ele usava a máquina de escrever da família para se corresponder com vários geólogos conhecidos sobre as formações rochosas que estudou no Central Park. Sem saber de sua juventude, um desses correspondentes nomeou Robert para membro do Clube Mineralógico de Nova York, e logo depois chegou uma carta convidando-o a proferir uma palestra perante o clube", escrevem Kai Bird e Martin J. Sherwin na biografia 'American Prometheus: The Triumph and Tragedy of J. Robert Oppenheimer', sobre o físico.

J. Robert Oppenheimer / Crédito: Domínio Público via Wikimedia Commons

2. Fuga dos nazistas?

Embora seja americano, nascido em 22 de abril de 1902 em Nova York, o nome de Oppenheimer destaca sua origem. Ele era parte de uma família judia alemã não praticante, que migrou para os Estados Unidos — seus pais, Julius e Ella, eram alemães.

Porém, como sabemos, Oppenheimer era um homem adulto no decorrer da Segunda Guerra Mundial, combatendo a Alemanha Nazista.

Nesse tempo, ele também utilizou de seu próprio dinheiro para, inclusive, ajudar familiares a fugirem para os Estados Unidos. 

"Tive uma fúria contínua e latente sobre o tratamento dispensado aos judeus na Alemanha", disse o físico na audiência de 1954 na Comissão de Energia Atómica dos Estados Unidos (AEC), como repercutido pela Time. "Eu tinha parentes lá e mais tarde ajudaria a libertá-los e trazê-los para este país".


3. Poeta

Geólogo, físico, químico... Facilmente pode se pensar que Julius Robert Oppenheimer era um grande cientista, em várias áreas distintas. Entretanto, ele também tinha outra paixão, dessa vez um pouco mais artística: a poesia.

Por mais que acreditasse que seu material não era "feito ou adequado para a leitura de ninguém", ele adorava versos e a escrita criativa, e até mesmo teve um de seus textos publicado em uma edição da revista literária de Harvard, a Hound & Horn. Confira:

"Já era noite quando chegamos ao rio com a lua baixa sobre o deserto que havíamos perdido nas montanhas, esquecidos, com o frio e o suor e as cordilheiras bloqueando o céu

E quando o encontramos novamente, nas colinas secas perto do rio, meio murcho, tínhamos os ventos quentes contra nós

Havia duas palmeiras no patamar; as iúcas estavam florescendo; havia uma luz na outra margem e tamargueiras

Esperamos muito tempo, em silêncio

Depois ouvimos o ranger dos remos e depois, lembro-me, o barqueiro chamou-nos

Não olhamos para trás, para as montanhas."

O físico americano J. Roberto Oppenheimer / Crédito: Domínio Público via Wikimedia Commons

4. Oposição

Após a criação da bomba atômica e fim da Segunda Guerra, o mundo começou a presenciar outro momento de grande tensão: a Guerra Fria. Nesse contexto, apenas quatro anos depois do lançamento da primeira bomba atômica, a União Soviética testou sua própria versão da arma de destruição em massa.

Então, temendo perder a enorme vantagem na corrida armamentista, o presidente americano Harry S. Truman autorizou o desenvolvimento de uma nova arma experimental, que seria mil vezes mais forte que a bomba lançada sobre Hiroshima: a bomba de hidrogênio (também chamada de Bomba H).

Envolvido com o Comitê Consultivo Geral da Comissão de Energia Atômica dos EUA, Oppenheimer se posicionou completamente contrário ao desenvolvimento de tal arma, acreditando que aquilo se tratava unicamente de uma "arma de genocídio" e sem "nenhuma necessidade militar", segundo o biógrafo Martin J. Sherwin no documentário 'The Trials of J. Robert Oppenheimer', produzido em 2008 pela PBS.

+ Oppenheimer se desculpou pela criação da bomba atômica?

Por essa razão, inclusive, o físico passou a ser considerado "antipatriota", o que o levou a ser considerado um risco à segurança do país. Perseguido e alvo de uma investigação falha, foi afastado das funções de segurança dos Estados Unidos.

Emblemática fotografia de Oppenheimer ao lado de Albert Einstein / Crédito: Domínio Público via Wikimedia Commons

5. Nobel

Indiscutivelmente um físico brilhante, Oppenheimer destacou-se na comunidade científica três vezes ao ser indicado ao Prêmio Nobel de Física, em 1946, 1951 e 1967. No entanto, para a surpresa geral, ele nunca conquistou tal honra.

Segundo o Mental Floss, dezoito pessoas que trabalharam ao seu lado no Projeto Manhattan conquistaram o Prêmio Nobel de Física ao longo de suas carreiras, e tal reconhecimento nunca veio para o próprio Oppenheimer.

Porém, vale destacar que, em 1963, ele levou para casa o Prêmio Enrico Fermi, que reconhecia sua "contribuição especialmente para o desenvolvimento, utilização e controle da energia atômica."