Busca
Facebook Aventuras na HistóriaTwitter Aventuras na HistóriaInstagram Aventuras na HistóriaYoutube Aventuras na HistóriaTiktok Aventuras na HistóriaSpotify Aventuras na História
Desventuras / Oppenheimer

O que disse Oppenheimer após o lançamento das bombas em Hiroshima e Nagasaki?

Disponível no streaming, Oppenheimer, filme de Christopher Nolan, retrata a criação da bomba atômica e perseguição sofrida por seu criador

por Thiago Lincolins

tlincolins_colab@caras.com.br

Publicado em 08/04/2024, às 15h03 - Atualizado em 15/04/2024, às 17h46

WhatsAppFacebookTwitterFlipboardGmail
Registro do lançamento da bomba em Hiroshima - 509th Operations Group e Reproduçao/Vídeo/CBS
Registro do lançamento da bomba em Hiroshima - 509th Operations Group e Reproduçao/Vídeo/CBS

Disponibilizado recentemente no catálogo da plataforma de streaming Amazon Prime Video, o filme 'Oppenheimer', de Christopher Nolan, retrata uma das criações mais devastadoras e mortais da História da humanidade: a bomba atômica. Paralelamente, são exibidos também os desafios enfrentados por seu criador, o físico Julius Robert Oppenheimer

"Do icônico cineasta Christopher Nolan, chega seu primeiro drama biográfico sobre o papel do brilhante físico J. Robert Oppenheimer no desenvolvimento da bomba atômica e seu paradoxo emocionante de arriscar o mundo para salvá-lo", explica a sinopse do filme. 

Cena do filme 'Oppenheimer' (2023) - Reprodução/Universal Pictures

A criação mudou a história. Em agosto de 1945, duas bombas atômicas foram lançadas pelos Estados Unidos nas cidades de Hiroshima e Nagasaki. Na primeira cidade, por exemplo, 70.000 pessoas morreram instantaneamente. O episódio marcou o fim da Segunda Guerra e deixou uma cicatriz no Japão. 

Ao assistir a produção, muitos podem se questionar como o físico reagiu após o lançamento das bombas nas duas cidades.

A visão do físico

No ano de 1965, durante entrevista à CBS News, Julius contou que a decisão de lançar as bombas foi tomada por líderes militares "de boa fé, com pesar e com base nas melhores evidências que então tinham" naquele momento crítico. 

Oppenheimer também disse que não imaginava, até aquele momento, um caminho diferente durante o conflito mundial. 

O fim da guerra por este meio, certamente cruel, não foi empreendido levianamente", afirmou ele. "Mas não estou, até hoje, confiante de que um caminho melhor estivesse aberto".

O pai da bomba atômica, entretanto, afirmou que não era fácil pensar em mais de 100 mil mortes.

"Acho que quando você desempenha um papel significativo na morte de mais de 100 mil pessoas e no ferimento de um número comparável, você naturalmente não pensa nisso com facilidade", disse o físico. "Acredito que tivemos uma grande causa para fazer isto, mas não creio que as nossas consciências devam ser totalmente fáceis de sair da parte de estudar a natureza, aprender a verdade sobre ela, para mudar o curso da história humana".

Investigação

O físico, vale lembrar, sentiu o real impacto de sua invenção. Como explica a obra "Oppenheimer: O triunfo e a tragédia do Prometeu americano", enquanto esteve na Comissão de Energia Atômica, durante o pós-guerra, Oppenheimer se posicionou contra o desenvolvimento da bomba de hidrogênio, ainda mais devastadora, e outras armas do tipo.

Inclusive, o posicionamento resultou numa investigação por parte dos Estados Unidos em 1954. Com a licença de segurança extinta, o físico foi retirado de cena. A investigação só foi revista, de fato, em 2022. Mais de 50 anos após a morte do físico, a decisão foi revertida.

O governo americano reconheceu que foi um "processo falho que violou os próprios regulamentos da Comissão", disse Jennifer Granholm, secretária de energia dos EUA, em comunicado repercutido pelo The Guardian. 

"Com o passar do tempo, surgiram mais provas do preconceito e da injustiça do processo a que o Dr. Oppenheimer foi sujeito, enquanto as provas da sua lealdade e amor ao país só foram ainda mais afirmadas", explicou Granholm.