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Desventuras / Santos Dumont

Por que Santos Dumont foi acusado de ser um espião?

O renomado inventor chegou a ter seus documentos confiscados pela polícia; entenda!

Ingredi Brunato Publicado em 25/06/2023, às 17h00 - Atualizado em 03/07/2023, às 09h12

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Retrato colorizado de Alberto Santos Dumont - Getty Images
Retrato colorizado de Alberto Santos Dumont - Getty Images

Santos Dumont, o pai da Aviação, passou décadas morando na França, sendo esse inclusive o país onde ele apresentou ao mundo uma de suas maiores invenções, o 14-Bis.

Em 1913, no entanto, o brasileiro nascido em Minas Gerais teria uma má experiência com as autoridades francesas que faria com que se mudasse de volta para sua pátria. Na época, ele morava na Normandia, uma região litorânea, e frequentemente usava o telescópio havia instalado em sua residência para observar o céu. 

Clima de tensões 

Naquele período, às vésperas da Primeira Guerra Mundial, um dos vizinhos de Dumont, ao vê-lo constantemente em sua janela usando o instrumento astronômico, começou a suspeitar dele. Segundo a biografia do inventor pelo Instituto Histórico-Cultural da Aeronáutica, 'Santos Dumont: Pai da Aviação', ele passava horas e horas todos os dias olhando pelas lentes da ferramenta. 

Infelizmente, o pai da Aviação acabou sendo denunciado às autoridades da França por esse vizinho, que acreditava que o brasileiro era um espião a serviço do governo alemão que coltaria informações a respeito dos navios franceses que passavam pela costa da Normandia.

Como resultado da denúncia, Santos Dumont teve seus documentos pessoais confiscados durante um mandado de busca da polícia da região e ainda acabou confinado à sua casa em prisão domiciliar.

"O clima de guerra na Europa era iminente e um dos vizinhos o denunciou para a polícia como espião a serviço da Alemanha. Com isso, policiais vasculharam a casa e, além de confiscarem seus documentos, o puseram em prisão domiciliar", diz trecho da biografia.

Santos Dumont em foto / Crédito: Domínio Público

Desfecho 

No fim das contas, o mineiro foi inocentado quando Antonio Prado Junior, um amigo seu, soube da situação em que se encontrava. O homem avisou a embaixada brasileira na França a respeito da interação hostil da polícia com Dumont, e, após o envolvimento de diplomáticos do Brasil, o governo francês libertou o inventor. 

O episódio, porém, teria sido um grande constrangimento para o pai da aviação, tendo sido decisivo para levá-lo a decidir que era hora de voltar para casa. Depois disso, ele deixou a Normandia pela Espanha, e enfim se mudou de volta para solo brasileiro. 

Após o fim da Primeira Guerra Mundial, vale mencionar que a França enviou um pedido de desculpas formal a Santos Dumont pelo transtorno que lhe causou com a suspeita de espionagem

Curiosidade!

No podcast 'Desventuras', apresentado pelo historiador Vítor Soares, você confere outro tema muito curioso. Afinal, o que aconteceu com os cachorros que estavam no Titanic?