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Notícias / Arqueologia

3,5 mil anos depois, perfume de múmia de faraó é recriado

Pesquisidores criaram um perfume baseado no aroma utilizado na mumificação de Senetnay, ama de leite do faraó Amenófis II

Redação Publicado em 31/08/2023, às 18h27 - Atualizado em 02/09/2023, às 22h37

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Imagem do recipiente canópico de Senetnay - Reprodução/Nature/Christian Tepper
Imagem do recipiente canópico de Senetnay - Reprodução/Nature/Christian Tepper

Nesta quinta-feira, 31, a revista Scientific Reports divulgou que pesquisidores criaram um perfume baseado no aroma utilizado na mumificação de Senetnay, ama de leite do faraó Amenófis II. O cheiro foi recriado após uma expedição a tumba KV42, que abriga o corpo desta senhora, localizada em Luxor, no Egito.

O chamado “perfume da eternidade” será exibido em uma exposição do Museu Moesgaard, na Dinamarca. O grupo internacional responsável pela alquimia apresentará aos visitantes o aroma da mumificação realizada há 3,5 mil anos.

Conforme repercutido pela Galileu, os especialistas recriaram o perfume com a ajuda de Carole Calvez, perfumista francesa, e Sofia Collette Ehrich, museóloga sensorial. A colaboração visava forjar as substâncias que perfumaram e preservaram Senetnay desde a 18ª Dinastia egípcia, cerca de 1450 a.C.

O estudo teve como ponto de partida partículas de bálsamo encontradas em dois recipientes canópicos, utilizados para armazenar os órgãos da ama de leite. Ambos os reservatórios, que abrigam os pulmões e o fígado de Senetnay, podem ser encontrados no acervo do Museu August Kestner, na Alemanha.

Embora os próprios órgãos mumificados tenham sido perdidos e os potes estejam atualmente vazios, os resíduos dos bálsamos de mumificação são parcialmente preservados como finas camadas nas paredes e bases dos potes, bem como permeando o calcário poroso do qual os potes são feitos”, esclareceram os autores do estudo à Scientific Reports.

Alquimia

Os grupo de pesquisadores também afirmou que os bálsamos possuem uma mistura de óleo vegetal betume, cera de abelha, gorduras, resinas de diferentes plantas e uma substância balsâmica. O egiptólogo e curador do Museu August Kestner, Christian E. Loeben, explicou a importância da descoberta.

Estes ingredientes complexos e diversos, únicos neste período inicial, oferecem uma nova compreensão das sofisticadas práticas de mumificação e das extensas rotas comerciais do Egito”, afirmou Christian E. Loeben.

Barbara Huber, líder do estudo e pesquisadora do Instituto Max Planck de Geoantropologia, da Alemanha, também apontou a relevância do estudo.

O cheiro da eternidade' representa mais do que apenas o aroma do processo de mumificação. Ele incorpora o rico significado cultural, histórico e espiritual das práticas mortuárias do Antigo Egito.", disse Barbara Huber.

Senetnay não foi uma ama de leite qualquer, ela amamentou Amenófis II, herdeiro do faraó Tutemés III. Por ter, literalmente, nutrido o futuro do reino, ela foi mumificada com um aroma sofisticado.