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Notícias / Leonardo da Vinci

A origem das manchas pretas em obras de da Vinci

Após análise de manchas nos desenhos de 'Codex Atlanticus' do artista renascentista do século 15, dúvida está mais próxima de ser solucionada

Éric Moreira Publicado em 22/05/2023, às 16h58 - Atualizado em 28/05/2023, às 11h02

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Autorretrato de Leonardo da Vinci e uma página de coleção de desenhos e escritos 'Codex Atlanticus' - Domínio Público via Wikimedia Commons
Autorretrato de Leonardo da Vinci e uma página de coleção de desenhos e escritos 'Codex Atlanticus' - Domínio Público via Wikimedia Commons

Leonardo da Vinci não foi somente um dos maiores pintores que já pisou na face da Terra, tendo sido responsável por criar uma das obras mais famosas existentes, a 'Mona Lisa', como também era considerado um gênio.

Cientista, matemático, engenheiro, inventor, anatomista, pintor, escultor, arquiteto, botânico, poeta e músico, o italiano intriga as pessoas até hoje, sendo ainda razão para diversas descobertas.

Em abril, pesquisadores da universidade Politécnica de Milão, na Itália, fizeram mais uma dessas descobertas: a famosa coleção de escritos e desenhos de da Vinci, Codex Atlanticus, publicada em 1478, teve finalmente suas manchas escuras explicadas. O estudo desenvolvido foi publicado no dia 23 de março na revista Scientific Reports.

Página do 'Codex Atlanticus', de Leonardo da Vinci
Página do 'Codex Atlanticus', de Leonardo da Vinci / Crédito: Domínio Público via Wikimedia Commons

Manchas escuras

A partir da análise da página "fólio 843" da obra — que foi doada à Biblioteca Ambrosiana, em Milão, em 1637, e alvo de restauros posteriores —, por meio de técnicas não invasivas e microinvasivas, os pesquisadores identificaram cola de amido e cola de vinil nas áreas onde as manchas eram mais concentradas, além das molduras existentes em cada página, as chamadas passepartout.

Então, quando submetidas a uma análise síncroton, em um acelerador cíclico de partículas, conduzida na Instalação Europeia de Radiação Síncrotron, na França, essas manchas foram identificadas como amontoados de metacinábrio, um sulfeto de mercúrio em uma fase cristalina negra e incomum, de acordo com a Revista Galileu.

Quando levantadas hipóteses sobre como teria se formado o metacinábrio, que manchou o papel, os estudiosos apontaram a possibilidade de o mercúrio ser fruto de um sal antivegetativo na mistura de cola usada nas técnicas de restauração do Codex Atlanticus, utilizada no passado para evitar a proliferação de micróbios. 

O enxofre, por sua vez, pode ter se originado da própria poluição do ar daquela região da Europa, visto que durante a década de 1970 os níveis de dióxido de enxofre (SO2) em Milão eram muito altos. Outra hipótese ainda aponta, também, que o elemento seria advindo de aditivos usados nas colas, que teriam reagido, com o tempo, com os sais de mercúrio.