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Notícias / Arqueologia

Antigo centro de artesanato romano é encontrado em Thérouanne, na França

Vila comercial de 1.700 anos foi achada debaixo de uma densa camada de lodo

Éric Moreira, sob supervisão de Giovanna Gomes Publicado em 04/07/2023, às 08h40

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Imagem aérea do complexo de escavações na França que revelou antigo centro de artesanatos - Divulgação/Inrap/Frédéric Audouit
Imagem aérea do complexo de escavações na França que revelou antigo centro de artesanatos - Divulgação/Inrap/Frédéric Audouit

Abaixo de uma densa camada de lodo, uma equipe de pesquisadores do Institut National de Recherches Archéologiques Préventives (INRAP) encontrou, na cidade francesa de Thérouanne, um antigo centro de artesanatos romano com cerca de 1.700 anos. A princípio, o achado não foi proposital, tendo ocorrido em meio a pesquisas para uma estação de tratamento de água.

Conforme divulgado em nota, foram encontrados no local evidências de trabalho manual com couro e vidro, como objetos pertencentes outrora a sapateiros, pescadores, vidreiros e até açougueiros. Além disso, uma grande quantidade de ossos de bovinos foram achados, indicando que artesãos do local fabricavam cola e faziam o curtimento de couro.

Os pesquisadores também destacam o considerável nível de conservação dos achados, que pode ser explicado pelo lodo da região, que retardaria a decomposição. "Isso raramente acontece em áreas periurbanas, onde os vestígios de edificações se mantêm normalmente abaixo dos níveis de circulação de pessoas", observam.

Pedaços de couro encontrados no fundo do canal de Lys
Pedaços de couro encontrados no fundo do canal de Lys / Crédito: Divulgação/Inrap/Frédéric Audouit

Descobertas

Investigações próximas a edifícios, que encontraram diversos sapatos de couro com sola cravejada, além de restos do material curtido, sugerem que ali havia um sapateiro e um curtume, e que eles utilizavam o rio Lys como depósito de lixo na época.

Amostras de sedimentos no fundo do canal também revelaram outros itens, como moedas, pequenos objetos de bronze, estiletes, broches, arpões, chaves, placas e hastes metálicas, conforme descrito pela Revista Galileu. Em um dos edifícios encontrados no local, que teria pertencido a um vidreiro, foi encontrado um cilindro de vidro azul e um fragmento deste material em uma fornalha. 

Por fim, os pequisadores envolvidos no achado também descreveram que no local não haviam somente indícios de uma antiga ocupação romana: ali também fora encontrado um edifício medieval de 100 metros quadrados. O próprio INRAP atesta que o local possivelmente pertenceu a um complexo maior, que teria sido abandonado no século XVI.