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Notícias / Igreja

Após benção à casais gays, padre é afastado de Igreja

O casamento comunitário com três casais gays ocorreu em Franco da Rocha, em São Paulo

Redação Publicado em 08/12/2022, às 15h07

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Imagem do Padre Assis em entrevista ao João Gordo - Reprodução / Vídeo
Imagem do Padre Assis em entrevista ao João Gordo - Reprodução / Vídeo

Na região metropolitana de São Paulo, um acontecimento recente chamou bastante atenção da mídia: o padre Ivanildo de Assis Mendes Tavares foi afastado de suas funções religiosas pela Igreja Católica, por ter participado de um casamento comunitário sem a autorização da Igreja.

O casamento aconteceu em 22 de outubro no município de Franco da Rocha, e o padre foi acusado de "simulação de sacramento". Nessa celebração, como dito em documento da Igreja, haviam representantes de outras denominações religiosas e casais gays.

"Observa-se que na celebração do casamento em questão estavam presentes, com participação ativa, representantes de outras denominações religiosas, o que não está previsto na forma canônica para a celebração do sacramento do matrimônio", segundo trecho de documento assinado pelo cardeal Dom Odilo.

O padre Ivanildo de Assis Mendes Tavares agora está proibido de celebrar sacramentos publicamente e de exercer qualquer função sacerdotal na Arquidiocese de São Paulo. De acordo com outro trecho do documento, houve a presença de casais impedidos de contrair o matrimônio católico, devido a "vínculos anteriores, além de três casais homoafetivos".

Casamento comunitário

Junto dele, também estavam os padres Assis, a yalorixá Tania ti Oyá, o pastor Sérgio Cunha e o kardecista José Lúcio Arantes. Segundo o padre, ele apenas "fez uma benção" aos três casais que lá estavam, situação esta que gerou reclamações à cúpula da Igreja.

Só fiz uma bênção. Como benzo cachorro, benzo gato, benzo carro. Então eu benzi pessoas", diz o religioso.

O Padre Assis escreveu uma carta de agradecimento pela solidariedade que recebeu pelo caso, deixando claro o que pensa sobre a punição. 

"Estamos discutindo uma coisa bem séria, pois podemos ordenar pessoas homoafetivas, mas não podemos abençoá-las", disse. "Eu, nos meus 20 e poucos anos de caminhada, conheci seminaristas, padres, bispos e cardeais homoafetivos. Via e vejo pessoas que amam, que se dedicam, que se doam totalmente em prol do reino de Deus. Se amanhã quiserem construir famílias e ter uma relação assumida, não terão direito a uma bênção oficial da madre Igreja Católica Apostólica Romana".

Além disso, ele deixou claro que prefere contar que foi suspenso da Igreja por benzer pessoas, ao invés de ter sido acusado por pedofilia, de ter roubado a Igreja, engravidado alguém ou separado famílias.

A Arquidiocese de São Paulo explicou que a medida cautelar aplicada no caso está prevista nas normas da Igreja Católica quando há uma irregularidade grave do ponto de vista religioso, como informado pela Folha de São Paulo.

De acordo com eles, a medida foi gerada por um possível delito canônico de "simulação" de um casamento, porque a celebração das uniões não foi encaminhada e não foi realizado o processo matrimonial, segundo as determinações das normas eclesiásticas.