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Notícias / Rio de Janeiro

Após parto de terceiro filho, mulher tem braço e punho amputados em hospital

Caso aconteceu em centro médico do Rio de Janeiro. "Ainda estou tentando entender. Só sei que foi um erro médico. É muito triste tudo isso", relatou a paciente

Redação Publicado em 17/01/2023, às 09h58 - Atualizado em 18/01/2023, às 15h11

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Gleice Kelly precisou ter punho e mão amputados - Reprodução
Gleice Kelly precisou ter punho e mão amputados - Reprodução

No dia 9 de outubro de 2022, a jovem Gleice Kelly Gomes, de 24 anos, deu entrada no Hospital da Mulher Intermédica de Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, para dar à luz ao seu terceiro filho

Após 39 semanas de gestação, o bebê veio ao mundo no dia seguinte, 10, de parto normal. O sonho de aumentar a família, porém, logo se tornou um pesadelo para Gleice, que teve a mão e o punho esquerdo amputados após a equipe médica identificar uma grave hemorragia

Ainda estou tentando entender. Só sei que foi um erro médico. É muito triste tudo isso", relatou ao UOL. 

O pós-parto

Internada num hospital particular carioca, Gleice Kelly diz ainda não saber direito o que aconteceu. Após detectada a hemorragia, pós-parto, os médicos fizeram um acesso em sua veia para a passagem de medicamentos. Nesta altura, revela o UOL, a mamãe já estava desacordada. As primeiras complicações em seu braço começaram a aparecer menos de 12 horas depois. 

"Eu estava mole, sonolenta, quando acordava, sentia minha mão dolorida e muita ardência. Cada vez que acordava, sentia mais ardência e mais inchaço. Ele foi ficando rosado, até que ficou muito roxo", explica Gomes

Acompanhada de seu marido e sua mãe, seus familiares foram informados que o acesso ficou por muito tempo no braço, o que causou o inchaço. Segundo a paciente explica, o mesmo só foi retirado quando seus dedos já estavam arroxeados. Assim, o acesso foi colocado em seu pescoço e no braço direito. 

Ainda com o tratamento da hemorragia em andamento, em paralelo com a complicação no braço esquerdo, outro ponto causava preocupação na equipe médica e nos familiares de Gleice: o Hospital da Mulher não tinha CTI, portanto, ela precisaria ser transferida. 

No início do dia 12, a paciente foi levada ao hospital de São Gonçalo. O que chama a atenção, porém, é que os profissionais do centro médico não receberam detalhes sobre o quadro de saúde da paciente e tiveram que consultar seus familiares. Agora, não só a mão de Gleice Kelly estava toda roxa como seu braço também. 

A triste notícia

Após cerca de 96 horas da transferência, Marcio de Oliveira Barbosa, de 39 anos, marido de Gleice Kelly, recebeu uma ligação do hospital informando que a mão e punho de sua esposa precisariam ser amputados

"Eles ligaram dizendo que tinham que amputar o antebraço da minha esposa, porque não tinha jeito, se não ela poderia perder a vida ou o braço todo. Eu fiquei chocado, ninguém sabia explicar o motivo, ninguém saber dizer o motivo de ter chegado a esse ponto", contou ao UOL.

Profissional da área da construção civil, Marcio precisou deixar o trabalho para cuidar dos filhos e da esposa. Fiscal de caixa de supermercado, Gleice está de licença maternidade, mas sua situação é incerta. 

Nem sei como vou fazer agora, nem com o meu trabalho, porque sempre usei as minhas duas mãos para tudo. Eles tiraram qualquer tipo de oportunidade que eu teria”, lamentou.

Caso investigado

A Polícia Civil do Rio divulgou uma nota informando que investiga o caso, registrado como lesão corporal culposa. "Testemunhas estão sendo ouvidas e os documentos médicos foram requisitados para ajudar a esclarecer o caso".

Marcio aponta que o hospital só contactou sua família após o caso ganhar repercussão na imprensa. O centro médico enviou uma nota ao UOL declarando solidariedade com a situação, além de apontar que também apura o ocorrido. 

"O hospital declara que está totalmente solidário com a vítima, e lamenta profundamente o ocorrido. Reitera o empenho em apurar com toda seriedade, transparência e atenção os procedimentos médicos e hospitalares adotados durante seu atendimento. Para tanto, solicitou ao Comitê de Ética Médico a coordenação desses trabalhos. Independente de tal apuração, o hospital vem mantendo contato com a paciente e seus representantes para prestar todo acolhimento possível e atender suas necessidades, assim como se mantém à disposição para que todos os esclarecimentos necessários sejam realizados", afirmam no comunicado.