Busca
Facebook Aventuras na HistóriaTwitter Aventuras na HistóriaInstagram Aventuras na HistóriaYoutube Aventuras na HistóriaTiktok Aventuras na HistóriaSpotify Aventuras na História
Notícias / Argentina

Argentina: 10 ex-repressores são condenados a prisão perpétua por crimes na ditadura

Condenação foi concluída na última terça-feira, 26, e condenou 10 ex-repressores da Ditadura Militar Argentina a prisão perpétua

Éric Moreira Publicado em 27/03/2024, às 09h24

WhatsAppFacebookTwitterFlipboardGmail
Fotografia tirada em celebrações em memória às vítimas da ditadura argentina no último dia 24 - Getty Images
Fotografia tirada em celebrações em memória às vítimas da ditadura argentina no último dia 24 - Getty Images

Nesta terça-feira, 26, a Justiça argentina condenou, após uma série de julgamentos que se prolongam desde 2020, 10 ex-agentes de repressão da Ditadura Militar no país à prisão perpétua. A acusação foi de crimes de lesa-humanidade nesse período sombrio da história da Argentina, incluindo sequestro, desaparecimento forçado de perseguidos político, homicídio, tortura, estupro, roubo de crianças, abortos forçados, entre outros.

As condenações, por sua vez, foram feitas dois dias depois de um novo aniversário do golpe de Estado que deu início à ditadura, que ocorreu em 24 de março de 1976. O regime vigorou até 1983.

+ Itália recusa extradição de padre acusado de assassinato e tortura na Argentina

Nos julgamentos, de acordo com o UOL, foram expostos fatos que ocorreram nos centros clandestinos de detenção de Poço de Banfield, Poço de Quilmes e da Brigada de Lanús — também conhecido como "inferno", devido às atrocidades que ocorreram ali dentro.

Todos os três funcionavam sob supervisão de Miguel Etchecolatz, ex-diretor da polícia da província de Buenos Aires, também acusado na causa, mas que faleceu em julho de 2022, aos 93 anos, enquanto cumpria nove penas de prisão perpétua.

+ Ditadura argentina: Ex-coronel tem julgamento marcado na Itália

Quem são os condenados?

Ao longo dos anos do processo, além de Etchecolatz, outros cinco acusados morreram. Dessa forma, apenas 12 receberam o veredicto. Destes, 10 foram condenados à prisão perpétua, um a 25 anos e um último foi absolvido. Os fundamentos utilizados pelo tribunal no julgamento, por sua vez, serão revelados só no dia 5 de julho.

Os recém-condenados à prisão perpétua são Federico Antonio Minicucci, Guillermo Matheu, Carlos Romero Pavón, Roberto Balmaceda, Gustavo Fontana, Jaime Lamont Smart, Jorge Héctor Di Pasquale, Juan Miguel Wolk, Horacio Luis Castillo e o médico policial Jorge Antonio Bergés. Além deles, o ex-policial Alberto Julio Candiotti foi condenado a 25 anos de prisão; Augusto Barré foi absolvido.

Durante o julgamento, as ruas de Buenos Aires estavam lotadas de pessoas acompanhando o caso, muitas aos gritos de "prisão comum para os genocidas, assassinos!", além de munindo cartazes com fotografias de vítimas e legendas pedindo por justiça.

Com o veredicto, por fim, atualmente 1.184 pessoas já foram condenadas por crimes durante a ditadura em toda a Argentina, em 317 sentenças. Além destes, outros 62 julgamentos seguem em andamento.