Religioso, que era auxiliar do arcebispo dom Helder Camara, foi encontrado morto com sinais de tortura
Na próxima sexta-feira, 26, um ato na Praça do Parnamirim, em Recife, fará um tributo em memória do Padre Henrique, que tinha apenas 28 anos quando foi sequestrado, torturado e assassinado pela Ditadura Militar.
Na data, que marca o 54º ano do assassinato do padre, diversas organizações sociais e religiosas farão uma homenagem no local que, desde 2016, abriga um busto de Henrique — que foi morto na cidade de Recife.
Segundo repercutido pela Folha de Pernambuco, o assassinato do padre Henrique foi tratado por anos como um crime comum. Somente depois de 2014, com a Comissão Estadual da Memória e Verdade, é que se provou que o religioso foi morto por questões políticas.
O crime teve o envolvimento de agentes do Estado e civis ligados a grupos de extrema-direita de Pernambuco, conforme descrito no relatório. Sabe-se que Henrique foi sequestrado, torturado e executado durante a madrugada de 27 de maio de 1969.
Os responsáveis por tal ato faziam parte de um grupo chamado Comando de Caça aos Comunistas (CCC) e também teriam participado agentes da polícia civil pernambucana.
Poliglota, Henrique havia sido ordenado padre há cerca de três anos quando foi morto. Ele era auxiliar do arcebispo dom Hélder Câmara, na Arquidiocese de Olinda e Recife.
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Horas antes ao seu sumiço, ainda no dia 26, o clérigo havia participado de reuniões com jovens e pais da comunidade. Henrique havia rejeitado carona de seus alunos, mas, em sua última aparição, foi visto com três homens em um veículo verde e branco.
Seu corpo só foi encontrado por volta das 6 horas da manhã do dia 27. Os restos mortais do eclesiástico apresentavam sinais de tortura. Henrique, além disso, havia sido baleado na cabeça e seu cadáver estava caído entre o meio fio e uma cerca de arame farpado, com a cabeça na grama.
