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Notícias / Arqueologia

Capela Sistina dos Antigos: artes rupestres são descobertas em área remota da floresta amazônica

Parede de 13 quilômetros de desenhos de animais e humanos, feitos há 12.500 anos, foram encontradas no Parque Nacional Chiribiquete, na Colômbia. Confira imagens!

Fabio Previdelli Publicado em 30/11/2020, às 11h42

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A Capela Sistina - Wikimedia Commons
A Capela Sistina - Wikimedia Commons

Uma parede de 13 quilômetros de arte rupestre pré-histórica com animais e humanos desenhados foi descoberta no Parque Nacional Chiribiquete, na Colômbia, na floresta amazônica.

Chamada de “Capela Sistina dos Antigos”, a obra de arte de 12.500 anos foi encontrada por uma equipe britânico-colombiana de arqueólogos sob a liderança de José Iriarte, professor de arqueologia na Universidade de Exeter, na Inglaterra, e foi financiada pelo Conselho Europeu de Pesquisa.   

Segundo os especialistas, as datam foram calculadas de acordo com a representação feita de animais extintos da Era do Gelo, como o mastodonte, um parente pré-histórico do elefante que não vaga pela América do Sul há pelo menos 12.000 anos. Há também imagens do palaeolama, um camelídeo extinto, assim como preguiças gigantes e cavalos da Era do Gelo. 

As pinturas encontradas/ Crédito: Divulgação/ Ella Al-Shamahi

“Começamos a ver animais que já estão extintos. As fotos são tão naturais e tão bem feitas que temos poucas dúvidas de que você está olhando para um cavalo, por exemplo. O cavalo da Era do Gelo tinha um rosto selvagem e pesado. É tão detalhado que podemos até a crina dele. É fascinante”, disse Iriate em entrevista ao The Guardian.  

Esses animais foram todos vistos e pintados por alguns dos primeiros humanos a chegar à Amazônia. Suas fotos dão um vislumbre de uma civilização antiga perdida. Tamanha é a escala das pinturas, estima-se que levarão gerações para todas serem estudadas. 

“É interessante ver que muitos desses animais de grande porte aparecem rodeados por homenzinhos com os braços erguidos, quase adorando esses animais”, disse o professor quando questionado sobre se os desenhos teriam um propósito sagrado.  

“Para os povos amazônicos, não-humanos, como animais e plantas, têm alma e se comunicam e se envolvem com as pessoas de forma cooperativa ou hostil por meio de rituais e práticas xamânicas que vemos retratados na arte rupestre”, explica. 

Apesar da descoberta ter sido feita no ano passado, ela foi mantida em segredo até agora, quando foi tema de uma grande série que está sendo produzida para a tv americana: chamada de Jungle Mystery: Lost Kingdoms of the Amazon, que estreia no próximo dia 5. 

Ella Al-Shamahi, uma exploradora e paleoantropóloga que apresenta a série, chamou as imagens de “deslumbrantes” e disse que a descoberta na Serranía de la Lindosa é “tão nova” que “nem sequer lhe deram um nome ainda”.