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Notícias / Paleontologia

Caverna com vestígios de animais pré-históricos é descoberta na Espanha

Cavidade encontrada possui mais de 1.500 metros de extensão, e é repleta de vestígios de animais já extintos, como ursos das cavernas; confira!

Éric Moreira sob supervisão de Giovanna Gomes Publicado em 07/02/2023, às 09h14

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Algumas das formações dentro de gruta descoberta na Espanha - Divulgação/Universidade de Múrcia
Algumas das formações dentro de gruta descoberta na Espanha - Divulgação/Universidade de Múrcia

Na Espanha, um grupo de pesquisadores encontrou uma nova gruta, até então inexplorada, dentro da Cueva del Arco, um arco de rochas naturais no Canyon Almadenes, localizado na cidade de Cieza. No local, foram encontrados diversos vestígios que surpreenderam aos pesquisadores, que indicavam a existência de animais pré-históricos no local.

Segundo informado por arqueólogos e paleontólogos envolvidos na descoberta, em comunicado à imprensa, a "Catedral Paleolítica" — como eles chamam a Cueva del Arco, onde já foi confirmada a existência de ocupações dos períodos Neolítico, Solutriano, Gravetciano e Mousteriano, ou seja, de até 50 mil anos atrás — já é estudada desde 2015, e já revelou indícios da transição dos neandertais aos humanos modernos, sendo assim um importante local para pesquisas.

Porém, foi só em 2018 que uma pequena cavidade no local chamou a atenção dos pesquisadores, que acreditavam que poderia revelar algo surpreendente. Dito e feito: em um pesado e lento trabalho de desobstrução da cavidade, foram encontradas salas de até 20 metros de altura, em uma caverna de 1.500 metros de extensão; lá dentro, eram visíveis estalactites de até três metros, o que indica que o local possuía condições de estabilidade surpreendentes.

Pesquisador se esgueirando entre rochas para visualizar gruta escondida
Pesquisador se esgueirando entre rochas para visualizar gruta escondida / Crédito: Divulgação/Universidade de Múrcia

É uma cavidade com grande interesse geológico e arqueológico, tanto pelas formações quanto pela perfeita conservação de tudo que contém", afirma Ignacio Martín Lerma, um dos autores do estudo.

Espaço virgem

A gruta, por sua vez, foi classificada como se tratando de um "espaço virgem" pelos pesquisadores, pois nunca havia sido explorada anteriormente, de forma que ela possuía vestígios muito valiosos para serem observados. Para José María Calaforra, outro cientista envolvido no estudo, ela oferece "oportunidade sem paralelo para a pesquisa paleoclimática e o avanço do conhecimento das mudanças climáticas", de acordo com a Revista Galileu.

Entre os achados mais surpreendentes já feitos, mesmo que ainda possam ser encontrados mais segredos, estão algumas marcas de garras de urso com mais de três metros. Os pesquisadores apontam a possibilidade de o local ter abrigado, no passado, os já extintos ursos das cavernas (Ursus spelaeus), muito maiores que os ursos que conhecemos hoje, já não vivendo há cerca de 24 mil anos e nem mesmo se pensava terem existido na região.

"A identificação de garras de urso cavernícola em muitas das paredes, posiciona a gruta como um grande exemplo de casa para estes grandes mamíferos do sul da Europa, algo verdadeiramente único", acrescentam os pesquisadores no estudo. Além disso, ainda esperam que novas descobertas sobre a região e seus antigos ocupantes sejam reveladas com o tempo.