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Notícias / Arqueologia

Celebração do Ano Novo é descoberta em templo de 2 mil anos do Egito Antigo

O achado se deu em meio a trabalhos de restauração do Templo de Esna, de 2.200 anos, no Egito

Redação Publicado em 19/10/2023, às 10h30 - Atualizado às 10h52

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Cena de Ano Novo em templo do Egito Antigo - Divulgação/Ministério do Turismo e Antiguidades (MoTA)/Ahmed Amin
Cena de Ano Novo em templo do Egito Antigo - Divulgação/Ministério do Turismo e Antiguidades (MoTA)/Ahmed Amin

Em meio a trabalhos de restauração no Templo de Esna, localizado na Província de Luxor, no Egito, arqueólogos realizaram uma impressionante descoberta: identificaram no teto do local uma cena retratando o Ano Novo para os antigos egípcios. O templo em questão existe há cerca de 2,2 mil anos, tendo passado por uma grande reforma há 2 mil anos, com o início do controle dos romanos na região.

Conforme descrito pelo Live Science, as pinturas apresentam as divindades Orion (também chamada de Sah), Sothis e Anukis sobre barcos, enquanto a deusa do céu, Nut, engole a noite acima deles. Conforme comunicado da Universidade de Tübingen, na Alemanha — que liderou a restauração em parceria com o Ministério Egípcio de Turismo e Antiguidades —, essa cena é parte da mitologia do Egito Antigo sobre a virada do ano.

Na representação, segundo comunicado do professor de egiptologia da Universidade de Tübingen, Christian Leitz, Orion representa a constelação de mesmo nome, enquanto Sothis é relativa a Sirius, uma estrela que ficava invisível no céu do Egito Antigo durante 70 dias no ano, antes de reaparecer ao leste. Anukis, por sua vez, seria responsável pelo recuo das águas das enchentes do Nilo, que inundava todos os anos nessa época.

No Templo de Esna, várias obras de arte do Egito Antigo já foram descobertas, muitas das quais foram obscurecidas com o tempo devido à fuligem e excrementos de pássaros ao longo de 2 mil anos. Com a limpeza do teto do local, uma variedade de imagens vem sendo reveladas, incluindo representações do antigo zodíaco, deuses e inscrições desconhecidas.

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Antes e depois de restauração de imagem possivelmente referente ao deus sol egípcio, no Templo de Esna
Antes e depois de restauração de imagem possivelmente referente ao deus sol egípcio, no Templo de Esna / Crédito: Divulgação/Ministério do Turismo e Antiguidades (MoTA)/Ahmed Amin

O Live Science ainda pontua que o templo não aparenta ser dedicado a um único deus, e sua análise pode permitir uma melhor compreensão das decorações e cultura antiga. Vale mencionar ainda que o Ano Novo egípcio ocorria em meados de julho, seguindo o calendário ocidental atual.

Representação do vento

Outra representação que se destaca no Templo de Esna é a de uma figura com corpo de leão, quatro asas e cabeça de carneiro. Segundo Leitz em e-mail à WordsSideKick.com, o ser representa o "vento sul", conforme uma inscrição, que era associado ao calor escaldante.

Representação do "vento sul" no Templo de Esna, no Egito
Representação do "vento sul" no Templo de Esna, no Egito / Crédito: Divulgação/Ministério do Turismo e Antiguidades (MoTA)/Ahmed Amin

Atualmente, o teto do templo já foi completamente restaurado, e a equipe de arqueólogos envolvida no projeto vem limpando as paredes, colunas e pronaos (área frontal) do local. Leitz conclui que espera que a restauração revele novas cores e detalhes de imagens, como os “tronos dos deuses” e detalhes sobre suas roupas.

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