Decisão histórica de tribunal de Seul responsabilizou o governo por crimes cometidos por soldados sul-coreanos
A Guerra do Vietnã acabou em 1975, com a queda de Saigon, que culminou com a reunificação do país. Antes disso, porém, entre aos anos da década de 1960 e início de 70, a Coreia do Sul enviou tropas em apoio aos Estados Unidos— e consequentemente ao Vietnã do Sul.
Esses soldados foram acusados pela morte de cerca de 70 civis em um ataque realizado em 12 de fevereiro de 1968. Uma sobrevivente do massacre, Nguyen Thi Thanh, hoje com 62 anos, entrou com um processo contra o país em 2020.
Nesta terça-feira, 7, aponta a AFP, o tribunal de Seul concedeu ganho de causa à Thi Thanh. A decisão, tida como histórica, responsabiliza o governo do país pelos crimes cometidos por seus soldados.
Desta forma, o tribunal do distrito central de Seul ordenou que a vítima fosse indenizada com 30 milhões de wons, algo na casa dos 23.800 dólares (mais de R$120 mil), além dos juros.
Em 12 de fevereiro de 1968, soldados sul-coreanos atacaram a província de Quang Nam, em Phong Nhi. Durante o massacre, Nguyen Thi Thanh sobreviveu com ferimentos, mas perdeu toda sua família, o que incluía sua mãe.
Desde que entrou com o processo, o tribunal de Seul recebeu depoimentos de testemunhas vietnamitas e também de jornalistas que cobriram a guerra. Desta forma, as autoridades aceitaram os argumentos da vítima. O governo do país chegou a alegar que era difícil comprovar que os soldados do país foram responsáveis pelo massacre.
