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Matérias / Guerra Fria

Há 52 anos, sul-coreanos cometiam os atrozes massacres de Phong Nhi e Phong Nhâ’t, no Vietnã

Contra a vontade dos aliados dos EUA, que estavam integrados à comunidade sul-vietnamita, os fuzileiros da Coreia do Sul mataram dezenas a bala

André Nogueira Publicado em 12/02/2020, às 10h41

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Imagens de estadunidenses no Vietnam - Getty Images
Imagens de estadunidenses no Vietnam - Getty Images

Durante a Guerra do Vietnã, conflitos entre as unidades nacionais que interviram na Indochina acabaram em tragédias criminosas. Um caso menos comentado, porém bastante elucidativo, foram as chacinas empreendidas pelos sul-coreanos, comandados pelo general e ditador Park Chung-hee, contra a população local nos vilarejos de Phong Nhi e Phong Nhâ’t, no Vietnã do Sul.

Na época, 1968, a região de Diên Bàn, província de Nam Nam, estava ocupada pela Marinha americana, que se articulava com os vietnamitas em prol do capitalismo contra os vietcongues e Hanói, e já estava integrada à sociedade. Após a Ofensiva Tet, que debilitou as forças pró-EUA, os fuzileiros navais da Coreia do Sul foram transferidos para o local, densamente povoado.

A decisão do comando de guerra desagradou a coligação sul vietnamita, pois os EUA enxergavam a transferência como um atraso na pacificação e dominação do espaço, dado o comportamento comum dos coreanos no Sudeste Asiático, violentos e com desprezo.

Divisão do Vietnam, estabelecida pelos europeus em 1954 / Crédito: Wikimedia Commons

Motivados pelo racismo e ódio, os sul-coreanos passaram a se afastar do núcleo estadunidense para cometer os crimes contra os aliados. Relatos do comando de guerra americano em Nam Nam apontam que a 2ª Divisão Marítima coreana teria passado pelos fuzileiros yankees antes de iniciar o massacre, virando à esquerda na estrada e começando a atirar “por toda a parte”.

O comando sul-coreano chegou a pedir permissão para o disparo de morteiros na região onde os soldados atuavam, mas o rogo foi negado. Nos 30 minutos entre o afastamento da divisão asiática e a tentativa de contato dos americanos com a Divisão homicida, diversos civis daquele local humilde foram assassinados. No final, a breve chacina tirou a vida quase 80 inocentes sem qualquer motivo.

Rapidamente, o massacre foi identificado, concluindo-se que os coreanos teriam aberto fogo de artilharia contra os civis, com armas de calibre pequeno. Quando os EUA entraram em contato com o Diretor Executivo das tropas coreanas, questionando a ação não autorizada, representantes do general Park enviaram um pedido de desculpas e o comando deixou 30 sacos de arroz em compensação ao ato genocida.

Mortos na chacina / Crédito: Wikimedia Commons

Então, os fuzileiros dos EUA e os soldados do Exército da República do Vietnam foram para Phong Nhi e Phong Nhâ’t, na tentativa de socorrer os sobreviventes e auxiliar as lideranças da aldeia. Muitos moradores feridos foram, então, transportados para hospitais próximos.

No ano seguinte, uma das famílias afetadas pelo crime de guerra dos sul-coreanos organizou uma petição do Parlamento do Vietnã do Sul, exigindo indenizações por parte dos genocidas.

Os vietnamitas ficaram incrédulos com a informação de que coreanos haviam aberto fogo contra famílias com membros integrados ao Exército do Sul, diante de um cenário em que o norte (tanto da Coreia quanto do Vietnã) disputava o poder hegemônico contra o sul, em plena Guerra Fria.

Mulher de 21 anos teve os seios cortados antes de ser morta a tiros / Crédito: Wikimedia Commons

O massacre causado pela Coreia do Sul aumentou as tensões internas no Vietnã, que já vivia um cenário de caos com a sublevação de parte da sociedade civil, que era a favor do projeto do Norte de Ho Chi Minh. A ação diminuiu drasticamente a possibilidade de pacificação na Península da Indochina, incentivando uma guerra genocida que durou 20 anos, com crimes realizados por coreanos, estadunidenses, franceses e russos.


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