Objeto estelar pode se tratar de um magnetar, uma estrela com campos magnéticos extremamente fortes
Éric Moreira, sob supervisão de Fabio Previdelli Publicado em 07/08/2023, às 09h04 - Atualizado às 09h10
O espaço ainda é um grande mistério para a humanidade, de forma que muitos estudiosos sequer imaginam todo tipo de coisa que pode ser encontrada na vastidão do universo. Porém, fato é que, com o passar do tempo, cada vez mais se torna possível embarcar em uma missão espacial, bem como novos objetos e corpos espaciais são encontrados.
E recentemente, uma equipe internacional de astrônomos, liderador por membros do International Centre for Radio Astronomy Research, da Universidade da Austrália, aparentemente identificou mais um desses achados raros e inusitados no espaço.
O corpo em questão seria um magnetar de período longo, uma estrela cujos campos magnéticos seriam extremamente fortes, capazes de gerar rajadas de energia substancialmente poderosas.
Todo o estudo, publicado no dia 19 de julho na revista Nature, teve início ainda em 2022, quando cientistas identificaram um objeto que chamava atenção por sua transitoriedade, mas que emitia poderosos feixes de energia constantemente, três vezes a cada hora.
"Ficamos perplexos", alegou a pesquisadora que lidera o estudo, Dra. Natasha Hurley-Walker, que se focou em "descobrir se era um evento isolado ou apenas a ponta do iceberg."
Em meio às investigações, porém, não demorou até que a equipe de astrônomos identificasse um outro objeto semelhante, um magnetar localizado a 15.000 anos-luz de distância da Terra, na constelação de Scutum, que emite ondas de rádio a cada 22 minutos.
Batizado de GPM J1839-10, este se tornou o corpo estelar do tipo com período mais longo já encontrado, com rajadas que duram até cinco minutos — o que é cinco vezes mais tempo que do magnetar descoberto no ano anterior.
Então, de acordo com a Revista Galileu, os astronomos ainda procuraram indícios desses corpos estelares em arquivos antigos dos principais radiotelescópios do mundo, e constataram algo surpreendente: o objeto recém-descoberto e analisado já havia aparecido em outras observações, sendo a primeira ainda de 1988.
Foi um momento incrível para mim. Eu tinha cinco anos quando nossos telescópios registraram os pulsos desse objeto pela primeira vez, mas ninguém o notou e ele permaneceu oculto nos dados por 33 anos. Eles perderam porque não esperavam encontrar algo parecido", conta Hurley-Walker.
Para a descoberta inicial do objeto, foi utilizado pelos pesquisadores o radiotelescópio Murchison Widefield Array (MWA), localizado em Wajarri Yamaji Country, no interior da Austrália Ocidental. Agora, os estudiosos ainda pretendem estudar mais o objeto recém-descrito e compreender suas propriedades e comportamento.
