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Notícias / Arqueologia

A Criança pré-histórica de 6 mil anos sepultada com penas e pelagem canina

Restos mortais foram identificados em floresta ao leste da Finlândia

Fabio Previdelli Publicado em 08/11/2022, às 12h04 - Atualizado em 24/11/2022, às 18h48

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Representação artística do enterro - Divulgação/Tom Bjorklund
Representação artística do enterro - Divulgação/Tom Bjorklund

No final de setembro, uma pesquisa publicada no periódico PLOS ONE deu detalhes sobre o túmulo de uma criança enterrada em 6 mil anos a.C. Os restos mortais foram encontrados em uma sepultura explorada em 2018, em uma floresta ao leste da Finlândia. 

O que chama a atenção na descoberta, ocorrida na área de Majoonsuo, no município de Outokumpu, é que a criança foi sepultada junto a penas de pássaros e pelagem canina. O achado foi feito em uma escavação experimental da Agência Finlandesa do Patrimônio.

Local onde ocorreram as escavações/ Crédito: Kristiina Mannermaa

Segundo reportado pela Galileu, o túmulo possui uma intensa cor ocre vermelho — devido ao solo argiloso rico em ferro; a coloração também é usada em arte rupestre —  e seu topo estava parcialmente exposto. A descoberta foi fundamental, pois a sepultura corria risco de destruição. 

Detalhes da descoberta

No período que a criança morreu, na Idade da Pedra, era costume de que pessoas fossem enterradas, principalmente, em covas cavadas no solo; o que teria sido o caso da descoberta. 

Análises também revelaram dados interessantes sobre o achado: o primeiro deles é de que a criança teria entre 3 e 10 anos de idade quando morreu, segundo pesquisa feita em alguns de seus dentes. 

Além disso, junto dos restos mortais, foram localizados duas pontas de flechas transversais de quartzo e outros dois objetos do mesmo material. O estudo feito na forma das flechas, e também na datação do nível da costa marinha da região,  determinou que o enterro tenha ocorrido no período mesolítico.

Fragmentos microscópicos de 24 penas de aves, de no máximo 1,4 mm, também foram encontradas. Sete delas passaram a ser os fragmentos de penas mais antigos já vistos na Finlândia. Elas são provenientes de uma ave aquática (Anseriformes).

Ainda não se sabe de onde surgiram esses resquícios, mas especula-se que eles podem ter sido usados para a confecção de roupas ou da cama na qual a criança foi colocada em seu momento de descanso eterno. 

Imagem microscópica de um suposto pelo canino / Crédito: Divulgação/Tuija Kirkinen

Penas de falcão (Falconidae), 24 fragmentos de pelos de mamíferos, fibras vegetais de salgueiros ou urtigas e 65 sacos de amostras de solo também foram coletadas do local. A análise desse material foi feita por especialistas de arqueologia da Universidade de Helsinque. 

O instituto publicou um comunicado sobre o estudo: “O método usado demonstra que vestígios de pelos e penas podem ser encontrados mesmo em túmulos com milhares de anos, inclusive na Finlândia”, afirma Kristiina Mannermaa, coautora do estudo. 

Tudo isso nos dá uma visão muito valiosa sobre os hábitos funerários na Idade da Pedra, indicando como as pessoas preparavam a criança para a jornada após a morte”, finalizou.