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Notícias / França

Editora francesa lançará ‘edição crítica’ de Mein Kampf

Livro escrito por Adolf Hitler é considerado um manifesto da ideologia racista e antissemita

Fabio Previdelli Publicado em 24/05/2021, às 12h14

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Adolf Hitler durante um discurso - Domínio Público
Adolf Hitler durante um discurso - Domínio Público

Segundo informações da RFI, na última segunda-feira, 17, as livrarias francesas receberam um e-mail da editora Fayard, uma das mais importantes do país, anunciando a publicação de sua “edição crítica” do livro “Mein Kampf”, escrito por Adolf Hitler.  

Considerado um manifesto da ideologia racista e antissemita, a obra chegará ao mercado da França a partir de 2 de junho. A Fayard informou que "a Fundação Auschwitz-Birkenau, encarregada de preservar a memória do célebre campo de concentração e extermínio, receberá os direitos autorais da primeira cópia vendida e todos os benefícios que dela possam advir". 

A obra custará 100 euros, cerca de R$650, e terá o título de “Historicizar o mal”. Segundo o e-mail, apenas as livrarias que solicitarem receberão os exemplares. A obra terá 1.000 páginas ao todo, sendo um terço o texto original e o restante uma análise crítica.  

“Nosso comitê de historiadores, liderado por Florent Brayard, traduziu, adaptou e expandiu as 3.000 notas da edição alemã e escreveu uma introdução geral e introduções de 27 capítulos", informou a editora. 

A notícia não foi vista com bons olhos pelo Le Figaro, um dos principais jornais da França. "Devemos republicar uma obra maldita que, segundo a opinião geral, é um tecido de horrores e loucuras? Para quê? A quem se destina?", questiona o editorial. 

Em resposta, o historiador Claude Quetel, autor de “Tudo sobre Mein Kampf”, disse que “proibir um livro que, de qualquer forma, sai fora de controle após algumas páginas devido à sua completa insanidade, não faria sentido, porque os fãs sempre poderão arranjar meios para obtê-lo". 

"Por que não comentar esse livro com um grande aparato crítico, como faz a editora Fayard? Isso nos permite tirar o chão de quem continua a tirar vantagem [do texto] por razões mais ou menos duvidosas; e este é, em última análise, o argumento mais razoável", completa.