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Notícias / Religião

Estudo indica que Jesus fora expulso de Nazaré pelo conservadorismo local

Segundo a pesquisa, a expulsão de Cristo, descrita no Evangelho de Lucas, ocorreu como consequência de uma forte defesa do tradicionalismo

André Nogueira Publicado em 22/04/2020, às 12h17

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Reprodução de Jesus falando na sinagoga (Lucas 4; 14-30) - Divulgação/Youtube
Reprodução de Jesus falando na sinagoga (Lucas 4; 14-30) - Divulgação/Youtube

Uma nova pesquisa realizada em Nazaré, Palestina, traz luz à expulsão de Jesus de Nazaré, citada no livro de Lucas. Longe de ter sido uma vingança pessoal, ela teria ocorrido por conta de uma intolerância a novas formas de pensar fortemente enraizadas num conservadorismo judaico por parte dos hebreus.

Também com grande repúdio à ocupação romana, esses judeus teriam se pautado numa adesão à lei judaica na rejeição de Cristo e seu banimento da cidade natal.

É o que defende um novo livro de Ken Dark, da Universidade de Reading, que conduziu escavações para compreender a passagem bíblica em que Jesus é expulso da cidade após divulgar seus ensinamentos em uma sinagoga.

De acordo com novas descobertas reveladas no livro Nazaré do Período Romano e Bizantino e seu interior, os habitantes locais teriam apresentado forte rejeição a toda cultura estrangeira, desde idioma e religião até cultura material.

Essa negação aos romanos e às novas ideias de Jesus teria encontrado forte contraste com a aceitabilidade de Séforis, cidade vizinha e aliada ao Império. Essa diferença, segundo Dark, é visível nas cerâmicas escavadas nos locais: “Um ponto-chave é que todos os artefatos daqueles do lado de Nazaré no vale e na própria Nazaré foram feitos, ou quase certamente, por judeus”, disse o especialista ao MailOnline.

Jesus orava aos pobres coisas fora do dogma judaico / Crédito: Wikimedia Commons

"Séforis também tinha uma população judaica, mas como qualquer grande cidade romana era de caráter bastante cosmopolita, e sua população judaica estava mais disposta a abraçar a cultura romana em geral". Ele afirmou que o local possui uma variedade muito maior de artefatos, pois era uma cidade com maiores conexões (por sua produção significativa de azeite) e menor conservadorismo cultural.

Entre as descobertas realizadas pela expedição de Dark, é notável a proximidade das cerâmicas analisadas com a rede de túneis de Nazaré, montada pelos judeus na primeira revolta contra os romanos, em 66.

Para ele, as construções são de décadas após a crucificação de Jesus, que teria sido abandonado pela população por temores de represálias do Império por conta da fé própria. Jesus, que contravertia a lei judaica, não era aceito pelos hebreus.