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Notícias / Antropologia

Estudo sugere que já existiam pessoas não binárias na pré-história

A pesquisa chama atenção a compreensão de gênero há, pelo menos, 4 mil anos atrás

Wallacy Ferrari

por Wallacy Ferrari

wferrari@caras.com.br

Publicado em 27/05/2023, às 09h32 - Atualizado em 31/05/2023, às 12h20

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Túmulo com esqueleto feminino acompanhado de armas, item tipicamente presente em túmulos masculinos - Hedenstierna-Jonson et al./Physical Anthropology
Túmulo com esqueleto feminino acompanhado de armas, item tipicamente presente em túmulos masculinos - Hedenstierna-Jonson et al./Physical Anthropology

Uma dupla de pesquisadores da Universidade de Göttingen, na Alemanha, realizou uma análise em diversas sepulturas neolíticas e da Idade do Bronze, visando descobrir identificações de gênero, chamando atenção pela conclusão inédita: já existiam pessoas não binárias na pré-história, conforme publicado no periódico científico Cambridge Archaeological Journal.

O estudo foi publicado na quarta-feira, 24, e reuniu exames de sepulturas da Alemanha, Áustria e Itália de pelo menos 4 mil anos atrás. Com as amostras, fizeram relações de características de ossadas com objetos nas proximidades, visto que homens e mulheres costumavam ser enterrados com itens específicos para cada um dos sexos biológicos.

Contudo, o estudo sugere que 10% dos indivíduos analisados não se enquadravam nessa norma, deixando claro que apenas 30% da população estudada pôde ter o gênero e o sexo determinado.

Segundo a revista Galileu, os autores deixam claro que se trata de uma interpretação que pode cooperar na compreensão de gênero na pré-história: “Neste momento, ainda não podemos avaliar o impacto real – não apenas devido às margens de erro dos métodos analíticos [por exemplo, osteologia], mas também de viés de confirmação", descreve o enredo do estudo.

Novos caminhos

Mesmo requerendo uma análise ainda mais apurada, somando futuramente metodologias como a análise proteômica e de DNA, a líder do estudo, Eneonore Pape, reconheceu a necessidade de identificar a temporalidade da compreensão de gêneros e como eram tratados na pré-história.

“O que esses números nos dizem é que, historicamente, não podemos mais definir pessoas não binárias como exceções a uma regra, mas sim como minorias que poderiam ter sido formalmente reconhecidas, protegidas e até reverenciadas", explicou, em comunicado da universidade.