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Notícias / Extinção

Extinção de aves causada pelos humanos é duas vezes maior do que se pensava

Ação humana, nos últimos 120 mil anos, foi responsável pela extinção de cerca de 12% das aves; período colonial foi o mais impactante!

Fabio Previdelli

por Fabio Previdelli

fprevidelli_colab@caras.com.br

Publicado em 19/12/2023, às 13h58

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Esqueleto e modelo de Dodô, ave extinta - BazzaDaRambler via Wikimedia Commons
Esqueleto e modelo de Dodô, ave extinta - BazzaDaRambler via Wikimedia Commons

Desde o período do Pleistoceno Superior, que começou há cerca de 120 mil anos, estima-se que cerca de 1.430 espécies de aves morreram. Um novo estudo publicado na Nature Communications nesta terça-feira, 19, aponta que a atividade humana foi responsável por 12% destas perdas — o dobro do que era estimado anteriormente. 

As extinções de aves conhecidas, identificadas por meio de registros fósseis e coisas do tipo, representam cerca de 640 espécies. Mas a nova estimativa incluem animais que foram aniquilados sem que o evento fosse registrado, o que é chamado pelos pesquisadores de 'extinção sombria'.

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"Sabemos que perdemos pássaros icônicos como o dodô, mas queríamos obter uma estimativa melhor das extinções de aves que não conhecíamos", explicou o principal autor do estudo, Dr. Rob Cooke, modelador ecológico do Centro de Ecologia e Hidrologia do Reino Unido e do Centro de Ecologia e Hidrologia do Reino Unido.

Para chegar nesse número, relata o The Guardian, Cooke e sua equipe usaram um modelo estatístico para ultrapassar as 640 espécies de aves extintas já conhecidas. Assim, a Nova Zelândia foi usada como base, por ser um país com nenhuma extinção desconhecida. 

A Nova Zelândia foi a referência, tem o registo de aves mais completo com base em fósseis encontrados e observações de aves, então esse é o ponto zero, não há nada não observado na Nova Zelândia", explicou. 

Com essa base, a equipe criou uma estimativa de quantas espécies diferentes poderiam ter vivido em uma ilha. Assim, eles subtraíram o número de extinções conhecidas do número de aves vivas restantes. O resultado seria as extinções não descobertas

Importante ressaltar que o estudo se concentrou na população de aves insulares, visto que as aves não migratórias não conseguem se dispersar facilmente. "As ilhas são o melhor lugar para estudar extinções: 90% das extinções ocorrem em ilhas, porque as aves insulares não têm para onde ir", ressaltou o pesquisador.

De acordo com Cooke, o desmatamento, a caça excessiva, os incêndios e as espécies invasoras são as principais causas da perda de espécies de aves. O total de novas espécies extintas, 1.430, ainda pode ser baixo, segundo o Rob. "As perdas poderiam ser ainda maiores, talvez até 2.000, mas queríamos ser conservadores."

Ação humana 

Por fim, o estudo determinou que o século 14 foi quando ocorreu "a maior onda de extinção de vertebrados provocada pelo homem", que ocasionou a perda de espécies no Pacífico oriental a uma taxa quase 100 vezes superior ao índice de extinção natural. O fato foi impulsionado pela colonização, que trouxe mais desmatamento e introduziu espécies invasoras.

O mundo está mais vazio do que imaginamos", finalizou Rob Cooke. "E esses pássaros desaparecidos são uma perda para a nossa imaginação."