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Notícias / Curiosidades

Extinção em massa de 260 milhões de anos teria ocorrido após evento duplo

Geólogos apontam que extinções do Permiano Médio podem ter sido causadas por dois episódios de forte atividade vulcânica; confira!

Éric Moreira, sob supervisão de Fabio Previdelli Publicado em 10/04/2023, às 09h56

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Imagem meramente ilustrativa - Foto por Gylfi Gylfason pelo Pixabay
Imagem meramente ilustrativa - Foto por Gylfi Gylfason pelo Pixabay

Um novo estudo desenvolvido por uma equipe internacional de cientistas, publicado no Earth and Planetary Science Letters, indica que uma das grandes extinções em massa vividas na Terra, ocorrida há 260 milhões de anos, teria sido resultado de duas catástrofes vulcânicas, em vez de apenas uma. E o intervalo entre essas duas erupções seria de 3 milhões de anos.

As conclusões foram obtidas após a análise de isótopos de urânio em amostras coletadas no mar da China Meridional. A partir delas, foi constatado que os oceanos teriam ficado sem oxigênio em duas ocasiões: uma há 262 milhões de anos, enquanto outra a 259 milhões de anos, ambas durante o chamado Período Permiano Médio, com um distanciamento de 3 milhões de anos entre si.

Hoje, estamos enfrentando vários problemas de mudança global, incluindo aquecimento global, hipóxia oceânica, acidificação da água do mar e declínio da biodiversidade, que são semelhantes às mudanças ambientais durante o intervalo de crise biológica do Permiano Médio", afirmou Huyue Song, líder do estudo e pesquisador da Universidade Chinesa de Geociências, em comunicado.

Como ocorre a extinção?

De acordo com a Revista Galileu, a Terra já passou por pelo menos cinco grandes eventos de extinção em massa, tendo sido o maior deles aquele que marcou a passagem do período Permiano para o Triássico, há 252 milhões de anos. Impulsionado também por erupções vulcânicas, estima-se que tenha matado 90% das vidas oceânicas e 70% dos animais terrestres.

As extinções vulcânicas, no caso, ocorrem porque essas erupções massivas liberam muitas cinzas na atmosfera, essas que refletem a luz solar e, por consequência, criam um breve período de resfriamento na atmosfera, seguidos então por longos períodos de aquecimento global. Assim, os oceanos são aquecidos e o oxigênio não consegue alcançar as camadas mais profundas e frias.

Por fim, Thomas Algeo, coautor do estudo e professor de geociências da Universidade de Cincinnati, explica que uma das formas de se perceber erupções massivas do passado é a partir da procura por mercúrio nessas camadas sedimentares: "Grandes erupções vulcânicas expelem mercúrio na atmosfera que é carregado ao redor da Terra e depositado em sedimentos marinhos".

O estudo aponta, ainda, que as erupções em questão ocorreram no sudoeste da China, onde atualmente fica a Grande Província Ígnea de Emeishan.Os resultados da pesquisa são importantes para a compreensão das mudanças climáticas e da relação entre os eventos vulcânicos e a extinção em massa.

Os cientistas alertam que a combinação desses fatores pode representar uma ameaça atual para a vida na Terra, especialmente diante das mudanças climáticas que estamos enfrentando: "Devemos prestar atenção a essas questões ambientais e evitar a sexta extinção em massa", finaliza Huyue Song.