Um novo estudo revela que os artefatos, que se acreditava serem dos primeiros humanos das Américas, podem ter sido feitos pelos animais
Redação Publicado em 09/01/2023, às 14h30
Um estudo do Instituto Nacional de Antropologia e Pensamento Latino-americano (CONICET), na Argentina, registrado na revista The Holonece em novembro e publicado nesta segunda-feira, 9, divulgou a descoberta de 50 mil ferramentas encontradas em escavações no Piauí que podem ter sido feitas por macacos-prego (Sapajus) e não por humanos, como os estudiosos acreditavam.
Segundo informações da revista Galileu, as peças foram encontradas em 800 sítios pré-históricos que eram utilizados pelos hominídeos como moradia. Em comunicado, Agustín M. Agnolín e Federico L. Agnolin, autores da pesquisa, declararam:
Estamos confiantes de que os primeiros sítios arqueológicos do Brasil podem não ser de origem humana, mas podem pertencer a macacos-prego".
As análises das descobertas foram feitas a partir da comparação dos fragmentos de pedra de quartzo com ferramentas atuais feitas pelos macacos do Parque Nacional da Serra da Capivara.
De acordo com os pesquisadores, os animais utilizavam pedras e rochas para quebrar nozes, cavar e comer frutas e sementes. Assim, a conclusão foi de que os locais teriam ausência de "atributos humanos inequívocos".
Agnolín também acrescentou, em entrevista ao site Artnet News:
Nosso estudo mostra que as ferramentas da Pedra Furada e de outros sítios próximos no Brasil nada mais eram do que o produto de macacos-prego quebrando nozes e pedras cerca de 50 mil anos atrás".
As novas revelações refletem um impacto significativo a respeito da compreensão do período exato em que os humanos chegaram às Américas.
Nosso trabalho reforça a ideia de que o assentamento humano nesta parte do continente americano é mais recente e está de acordo com os estudos que determinam sua chegada cerca de 13 mil ou 14 mil anos antes do presente".
