João Marcello Bôscoli se emocionou ao ver Elis Regina e Maria Rita em comercial e desconsiderou polêmica envolvendo a empresa
Redação Publicado em 05/07/2023, às 19h51 - Atualizado em 07/07/2023, às 18h37
João Marcello Bôscoli, produtor musical e filho da cantora Elis Regina, afirma que ficou emocionado com a recente publicidade da Volkswagen, onde sua mãe e sua irmã, Maria Rita, cantam juntas a canção “Como Nossos Pais”, graças a Inteligência Artificial, conforme repercutido pela coluna da jornalista Mônica Bergamo, para a Folha de S. Paulo.
"Ver a Elis cantando ao lado da filha que ela não viu crescer, isso me comoveu muito", disse o filho mais velho de Elis, à colunista.
Lançada na última terça-feira, 4, a campanha publicitária já foi centro de críticas por parte de alguns que não concordam com a imagem da cantora, que sempre se manifestou contra a ditadura, sendo ligada a uma empresa que apoiou o regime. João também se manifestou sobre as objeções, disse que respeita, mas não concorda.
"Se nós formos criar uma restrição a marcas que se envolverem em algum momento com algum tipo de governo ou algum tipo de ditadura ou coisa pior, a gente tem que pegar todas as empresas japonesas, todas as empresas alemãs, muitas empresas brasileiras, americanas e holandesas e estabelecer o mesmo tipo de crítica", afirmou o produtor
É importante lembrar que ex-funcionários da VW no Brasil contaram que o grupo trabalhou com militares na época da ditadura para identificar possíveis dissidentes, que logo depois foram presos e torturados. Há dois anos, a empresa pagou R$ 36 milhões em indenizações para as vítimas ou familiares daqueles que foram mortos ou torturados.
João Marcelo reforça que ele e os irmãos são zelosos com a imagem da mãe, que não aceitam todas as ofertas que recebem e que recebeu inúmeras mensagens de amigos emocionados com a propaganda.
"Nos últimos dez anos, a gente fez três campanhas publicitárias com ela apenas. E temos mais de cinco, seis convites por ano. E a gente já viu que explodiu a busca por Elis nas plataformas de música". "O que eu recebi de mensagens no celular de amigos jornalistas e publicitários. E coisas como: 'nossa, eu assisti agora e não pude me conter', 'não é do meu feitio, mas eu chorei'", relatou João.
