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Notícias / Godard

Godard se recusou a visitar o Brasil durante a ditadura por amizade com Goulart

Cineasta havia sido convidado para participar do Festival Internacional do Filme do Rio de Janeiro

Redação Publicado em 14/09/2022, às 10h17 - Atualizado em 30/09/2022, às 09h00

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Jean-Luc Godard em 1965 - Reprodução/Vídeo/Youtube
Jean-Luc Godard em 1965 - Reprodução/Vídeo/Youtube

O mundo recebeu a notícia de que cineasta Jean-Luc Godard morreu, aos 91 anos, na terça-feira, 13. Segundo o jornal francês Libération, a decisão do diretor foi de recorrer ao suicídio assistido na Suíça, onde o procedimento é autorizado.

Quando a ditadura militar estava acontecendo no Brasil, Godard recebeu um convite para participar do Festival Internacional do Filme do Rio de Janeiro. No entanto, o cineasta se recusou a visitar o Brasil durante o período de autoritarismo.

Um documento publicado pelo jornal O Globo mostra como a Embaixada Brasileira em Paris foi informada de que o diretor havia recusado o convite. A mensagem havia sido enviada à Secretaria de Estado das Relações Exteriores em 24 de setembro de 1965.

“A embaixada do Brasil em Paris cumprimenta a Secretaria de Estado das Relações Exteriores e tem a honra de remeter-lhe, em anexo, recorte do jornal ‘Le Monde’, de 23 do corrente mês, com comentários sobre um eventual telegrama que o diretor Jean-Luc Godard teria enviado aos organizadores do Festival Internacional do Filme no Rio de Janeiro, ao recusar o convite que lhe fora dirigido para participar da Delegação francesa no referido certame”, diz o documento.

O texto acrescenta: “De positivo, sabe-se, apenas, que, há dias, Jean-Luc Godard cancelou junto à ‘Varig’ de Paris a passagem que lhe fôra oferecida”.

Motivação do diretor

De acordo com O Globo, Godard teria sido motivado a cancelar sua viagem ao Brasil devido a sua amizade com João Goulart, manifestando-se contra as perseguições sofridas pelo ex-presidente durante o período ditatorial brasileiro.

A recusa do diretor, que foi inicialmente repercutida pelo jornal francês Le Monde na época, foi narrada pelo historiador Paulo César Gomes no livro "Liberdade vigiada: As relações entre a ditadura militar brasileira e o governo francês" (2019).