Griselda, série da Netflix que retrata a saga de crimes da 'rainha da cocaína', pensou em exibir o dramático assassinato de Blanco
Em nova série, a plataforma de streaming Netflix retrata um dos mais excêntricos nomes da história do contrabando de drogas: Griselda Blanco. Entre 1970 e 1980, Griselda iniciou um verdadeiro 'império da cocaína' ao contrabandear drogas da Colômbia para os Estados Unidos.
"Inspirado em eventos reais, este drama fictício retrata a jornada de Griselda Blanco desde Medelín até se tornar a "Madrinha" do império do tráfico de drogas de Miami", resume a sinopse da Netflix.
Ao misturar fato e ficção, a série retrata a ascensão e a queda de Blanco, interpretada por Sofía Vergara. No entanto, os espectadores não presenciam o assassinato de Blanco, apenas um resumo do que aconteceu há mais de 10 anos.
Em 3 de setembro de 2012, Griselda, já com 69 anos, foi assassinada enquanto saía de um açougue localizado na cidade de Medellín, na Colômbia.
Em uma ironia do destino, o crime refletiu a brutalidade que marcou a trajetória de Blanco: foi morta por um homem que se encontrava numa motocicleta, repercute o The Guardian.
Entretanto, os criadores de 'Griselda' cogitaram iniciar a série com a morte de Blanco e, então, explicar por que uma idosa foi assassinada de maneira brutal, revelou Eric Newman, diretor da série.
"Nos primeiros dias, quando éramos apenas eu e Doug em um escritório acima de Narcos, apenas mapeando como seria o show, tínhamos uma versão que começava com uma velha andando pela rua em Medellín sendo metralhada, e apresentando o tipo de questão dramática: 'O que poderia ser isso?' Era quase como The Killers, de Hemingway. O que quer que tenha acontecido, o que fez essa pessoa ser tão odiada? E então voltar e contar a história", disse ele ao Collider.
Newman também relembrou a relação de Blanco com os filhos. Enquanto cumpria pena nos Estados Unidos, ela foi informada sobre as mortes de alguns deles. Para o diretor, isso foi como um 'purgatório' para Blanco.
"Quando você entra nos filhos dela e em como ela se sentia em relação a eles, inegavelmente, ela os amava, e talvez de uma forma com transtorno de personalidade narcisista que algumas pessoas veem seus filhos como uma extensão de si mesmas, mas sentimos que o tempo entre a morte de seus filhos e a morte dela provavelmente houve algum purgatório horrível, ou pior. Acho que a morte, de certa forma, provavelmente veio misericordiosamente para ela depois desse tipo de perda e do tipo de trauma que caracterizou sua vida", explicou.
