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Notícias / Índio do Buraco

'Índio do Buraco': Indígena que vivia isolado há quase 30 anos é encontrado morto

O indígena foi encontrado sem vida pela Fundação Nacional do Índio (Funai) na última terça-feira, 23

Redação Publicado em 29/08/2022, às 10h01

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Registro raro do indígena e registro de sua moradia - Reprodução/Vídeo e Funai
Registro raro do indígena e registro de sua moradia - Reprodução/Vídeo e Funai

A Funai anunciou no sábado, 27, a morte do 'índio Tanaru' ou 'Índio do Buraco'. Vivendo sozinho há quase 30 anos em Rondônia, o indígena foi encontrado sem vida pelo órgão na terça-feira, 20. 

O 'índio Tanaru' ou 'Índio do Buraco' configurava a existência do único sobrevivente de sua comunidade. Os últimos membros foram mortos por fazendeiros no ano de 1995. 

"Os índios isolados que viviam na região foram alvos de diversos ataques durante as décadas de 1980 e 1990. Assim, o grupo do índio, que já era pequeno, acabou dizimado, deixando como único sobrevivente o homem, que tinha como característica marcante escavar buracos dentro das palhoças onde vivia", diz texto publicado pela Agência Brasil no sábado, 27. 

A Funai informou que o corpo do indígena foi encontrado numa ronda de monitoramento e vigilância territorial da FPE Guaporé/Coordenação-Geral de Índios Isolados e de Recente Contato (CGIIRC) 'dentro da sua rede de dormir em sua palhoça localizada na Terra Indígena Tanaru'.

Laudo

A fundação também enfatizou que não existiam vestígios da presença de pessoas no local 'tampouco foram avistadas marcações na mata durante o percurso'. Também não foram encontrados sinais de violência ou luta.

A causa do óbito do indígena, vale ressaltar, será dada através de um laudo médico legista da Polícia Federal. 

Confira o comunicado completo da Funai abaixo!

"A Fundação Nacional do Índio (Funai) informa, com imenso pesar, o falecimento do indígena conhecido como “Índio Tanaru” ou “Índio do buraco”, que vivia em isolamento voluntário e era monitorado e protegido pela Funai por meio da Frente de Proteção Etnoambiental Guaporé, no estado de Rondônia, há cerca de 26 anos. O indígena era o único sobrevivente da sua comunidade, de etnia desconhecida.

O corpo do indígena foi encontrado dentro da sua rede de dormir em sua palhoça localizada na Terra Indígena Tanaru, no último dia 23 de agosto, durante a ronda de monitoramento e vigilância territorial realizada pela equipe da FPE Guaporé/Coordenação-Geral de Índios Isolados e de Recente Contato (CGIIRC). Não havia vestígios da presença de pessoas no local, tampouco foram avistadas marcações na mata durante o percurso.

Também não havia sinais de violência ou luta. Os pertences, utensílios e objetos utilizados costumeiramente pelo indígena permaneciam em seus devidos lugares. No interior da palhoça havia dois locais de fogo próximos da sua rede. Seguindo a numeração da lista de habitações do Índio Tanaru registradas pela Funai ao longo de 26 anos, essa palhoça é a de número 53, seguindo o mesmo padrão arquitetônico das demais, com uma única porta de entrada/saída e sempre com um buraco no interior da casa.

O exame de local de morte foi realizado pela perícia da Polícia Federal, com a presença de especialistas do Instituto Nacional de Criminalística (INC) de Brasília e apoio de peritos criminais de Vilhena (RO). As atividades foram acompanhadas por servidores da Funai. Nos trabalhos, foram utilizados equipamentos como drone e escâner 3D, além de serem coletados diversos vestígios e o corpo do indígena, que serão analisados pelo INC em Brasília.

A Funai lamenta profundamente a perda do indígena e informa ainda que, ao que tudo indica, a morte se deu por causas naturais, o que será confirmado por laudo de médico legista da Polícia Federal."