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Notícias / Arqueologia

Inscrição em antiga esfinge naxiana é decifrada

Diferente das esfinges egípcias, a esfinge naxiana retrata o corpo de um leão alado com cabeça feminina — e sua inscrição ainda era desconhecida; confira!

Redação Publicado em 05/01/2024, às 14h31 - Atualizado em 13/01/2024, às 10h10

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Uma antiga esfinge do estilo naxiano e ilustração de esfinge potaissiana - Foto por Zde pelo Wikimedia Commons / Divulgação/Peter Z. Revesz
Uma antiga esfinge do estilo naxiano e ilustração de esfinge potaissiana - Foto por Zde pelo Wikimedia Commons / Divulgação/Peter Z. Revesz

Quando se fala sobre esfinges, muitos pensam nas grandes construções egípcias de arenito, com cabeças de pessoas em corpos de leões. E, de fato, foi no Egito que essa figura mitológica ficou eternizada, entretanto, posteriormente ela se expandiu para o Oriente Próximo, para a Grécia em plena Idade do Bronze e, ainda, para a Ásia Central durante a Idade do Ferro.

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Com a propagação da esfinge, haveria pequenas diferenças nas representações da figura, inspiradas em seres de maneira mais próxima às lendas e realidade de diferentes locais.

Um exemplo, que se contrasta à famosa esfinge egípcia, é a naxiana, que retrata, também, um leão com cabeça feminina, mas com o detalhe de ainda ter asas. Foi assim que as esfinges também foram imaginadas pelos gregos e romanos.

Uma esfinge do estilo naxiano fascinante, que serve como exemplo, é a que foi encontrada na cidade provincial romana de Potaissa — localizada na atual Romênia —, que foi perdida durante a Guerra da Independência de 1848 e 1849 da coleção de arte do Conde Kemény, de acordo com o Heritage Daily

Segundo descreve a publicação, a esfinge seria parte de santuário de Ísis da antiga Potaissa e possuía, em torno de seu pedestal, uma inscrição com vinte letras que utilizava uma variação ainda não completamente compreendida do alfabeto grego.

O alfabeto de inscrição da esfinge tem muitas características arcaicas que lembram o alfabeto Dipylon. Por outro lado, possui algumas características mais próximas dos alfabetos Megara e Naxos", escreve o autor Peter Z. Revesz no estudo.

O que Revesz percebeu é que o alfabeto utilizado na inscrição da esfinge estava em algum ponto entre o alfabeto Dipylon e Megara — as letras "I, R, S e T" parecem mais com as formas Dipylon, enquanto "A e M" são mais próximas do Megara.

No estudo, também é explicado que a fase de transição em que esse alfabeto pode ter sido utilizado se deu enquanto as colônias Megara eram estabelecidas. Como resultado, foi dessa forma que teria se espalhado para Potaissa e, assim, utilizado em uma esfinge de uma região diferente.

Fotografia e ilustração de uma esfinge naxiana / Crédito: Foto por Zde pelo Wikimedia Commons / Domínio Público via wikimedia Commons

O que está escrito?

Uma análise dos esboços que representam a inscrição da esfinge revelou que sua inscrição era composta por um poema métrico com hexâmetro dactílico — com esquema rítmico, geralmente associado a poesias épicas gregas e romanas, como a Ilíada e a Odisseia.

Essa estrutura, no caso, conta com uma rítmica recorrente de seis pés métricos por linha, o que torna algumas sílabas mais acentuadas em detrimento de outras.

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O poema em questão estava escrito em um antigo idioma proto-húngaro, e basicamente acolhia quaisquer visitantes que se aproximassem da esfinge: "Íme imádd: itt híres oroszlán" (em português: "Eis que adorai: aqui está o leão sagrado")