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Notícias / Afeganistão

Jornalista britânica comenta comparação entre suas vestimentas

Repórter da CNN, Clarissa Ward usou suas redes sociais para explicar que a polêmica compartilhada na internet "é imprecisa"

Pamela Malva Publicado em 17/08/2021, às 19h00

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Fotografias de Clarissa Ward - Divulgação/ CNN
Fotografias de Clarissa Ward - Divulgação/ CNN

Na segunda-feira, 16, a comparação entre dois figurinos da jornalista Clarissa Ward viralizou nas redes sociais. Para os internautas, a clara diferença na forma como a britânica se vestiu reflete o impacto do Talibã nos direitos das mulheres no país.

Frente à polêmica causada por sua imagem, então, a jornalista esclareceu o caso, nesta terça-feira, 17. “Este meme é impreciso”, começou Clarissa, explicando que a maior distinção entre as cenas reside no local onde as reportagens foram gravadas.

A foto de cima está dentro de um complexo privado”, narrou ela. “A parte inferior está nas ruas do Talibã. Eu sempre usava lenço na cabeça nas ruas de Cabul, embora não com o cabelo totalmente coberto e abaya. Portanto, há uma diferença, mas não tanto assim.”

Em reportagem gravada para a CNN, a jornalista ainda explicou que escolhe vestir-se com a abaya por “cautela”, a fim de ser "o mais discreta possível" nas ruas de Cabul. "Não quero chamar muita atenção para mim. A história é o que está ao meu redor”, narrou. “A história é o que os afegãos estão sentindo nesse momento incerto e desesperador."

Ainda assim, Clarissa explicou que, quando ficou frente a frente com um representante do Talibã, perguntou como uma mulher deveria se vestir. Em resposta, o homem respondeu que elas devem ter seus rostos e mãos completamente cobertos.

Nesta terça-feira, 17, Zabihullah Mujahid, um outro porta-voz do Talibã, afirmou que o governantes do grupo irão "permitir que as mulheres trabalhem e estudem dentro de nossas regras", mas não chegou a explicar quais seriam essas tais normas.

O Domínio

Durante 1996 e 2001, o Talibã governou o Afeganistão, antes de ser derrubado por uma campanha liderada pelos EUA após os ataques no 11 de setembro. 

Durante este período, jovens foram proibidas de frequentar as escolas e as mulheres proibidas de andar em público sozinhas, apenas acompanhadas de homens e cobrindo o corpo inteiro. Além disso, não podiam trabalhar, estudar ou serem tratadas por médicos do sexo oposto. Aquelas que se recusavam a seguir as ordens eram castigadas e executadas. No domingo, a ativista paquistanesa e ganhadora do Prêmio Nobel da Paz, Malala Yousafzai, também compartilhou suas preocupações no Twitter.

"Nós assistimos em completo choque o Talibã assumindo o controle do Afeganistão. Estou profundamente preocupada com as mulheres, as minorias e os defensores dos direitos humanos. Os poderes globais, regionais e locais devem pedir um cessar-fogo imediato, fornecer ajuda humanitária urgente e proteger refugiados e civis", disse a jovem ativista.

Em 2012, Malala se tornou um símbolo em defesa dos direitos humanos depois que sobreviveu a um tiro na cabeça disparado por um atirador do Talibã no Paquistão.