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Notícias / Afeganistão

Jovem afegã protesta sozinha contra talibãs por direito de estudar

Em meio a movimento feminino contra talibã, após proibição de mulheres a frequentas universidades, jovem protesta sozinha; confira!

Éric Moreira, sob supervisão de Ingredi Brunato Publicado em 27/12/2022, às 12h21

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Mulheres manifestando contra o talibã no Afeganistão - Getty Images
Mulheres manifestando contra o talibã no Afeganistão - Getty Images

No Afeganistão, um grande movimento tem se espalhado pela sociedade após uma determinação do Talibã que proíbe mulheres de frequentar as universidades no país. Em oposição à decisão, vem ocorrendo uma série de manifestações no país nos últimos dias; 

No último domingo, 25, a jovem Marwa, de 18 anos, chamou a atenção por ter desafiado, sozinha, os talibãs armados da cidade de Cabul, capital do país. Em sua manifestação, ela carregava um cartaz com a palavra 'lqra' ('ler', em tradução do árabe), reivindicando o direito das mulheres à educação no Afeganistão.

Pela primeira vez na minha vida, me senti muito orgulhosa, forte e poderosa, porque me levantei contra eles e reivindiquei um direito que Deus nos deu", disse Marwa em entrevista à AFP, sem ter revelado seu sobrenome.

O protesto foi feito na Universidade de Cabul, a maior e mais importante instituição de ensino do país. Durante cerca de dez minutos, Marwa permaneceu em frente aos guardas talibãs que estavam posicionados na entrada do local. "Enquanto isso, eles [os talibãs] me insultaram, mas fiquei tranquila", acrescentou a jovem em entrevista.

"Queria mostrar o poder de uma adolescente afegã e mostrar que mesmo uma pessoa sozinha pode se levantar contra a opressão. Quando minhas outras irmãs (estudantes) virem que uma jovem sozinha se ergueu contra os talibãs, isso vai ajudá-las a fazer o mesmo e a vencê-los", expressou a jovem afegã, de acordo com texto da AFP ao UOL.

Proibição

Na última terça-feira, 20, o Talibã baniu mulheres do ensino universitário no Afeganistão, o que de imediato causou certo número de revoltas, mas estas logo foram dispersas pelas autoridades locais.

Ao todo, desde agosto de 2021, algumas limitações maiores vêm sendo impostas às mulheres afegãs, mas, com o tempo, cada vez menos manifestações são feitas devido ao medo da violência à qual os manifestantes podem ser submetidos.

De acordo com os próprios talibãs, as proibições foram feitas devido ao desrespeito das mulheres ao código de vestimenta islâmico — no Afeganistão, elas são obrigadas a cobrirem o rosto e corpo inteiros.

Além disso, o acesso de jovens adolescentes ao ensino médio, assim como o de mulheres a cargos públicos, também foram proibidos, sem contar a presença em academias, parques e banhos públicos.

Marwa, por sua vez, segue com o sonho de ser pintora, apesar de considerar a vida no Afeganistão como uma espécie de "prisão": "Não quero ser presa. Tenho grandes sonhos que quero realizar. Por isso, decidi protestar", concluiu ela, ainda segundo a AFP.