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Notícias / Brasil

Mãe de passista que teve braço amputado após cirurgia diz que equipe tentou 'esconder a necrose'

Passista da Acadêmicos do Grande Rio se internou para retirar miomas e retornou para casa com braço amputado

Redação Publicado em 25/04/2023, às 11h12

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Alessandra dos Santos Silva, passista da Acadêmicos do Grande Rio - Reprodução/Vídeo
Alessandra dos Santos Silva, passista da Acadêmicos do Grande Rio - Reprodução/Vídeo

Alessandra dos Santos Silva, trancista e passista da Acadêmicos do Grande Rio se internou para realizar um procedimento cirúrgico de retirada de miomas no útero, no entanto, teve alta com parte do braço esquerdo amputado. O caso aconteceu no Rio de Janeiro. 

Alessandra, que tem 35 anos, disse em entrevista ao G1 que tem a memória de acordar em outro hospital com o braço amputado. "Só lembro mesmo disso, de acordar em outro hospital sem o braço", relembrou Alessandra.

Dois meses em meio após o episódio, a família da Alessandra enfatiza que a causa da amputação não foi revelada. Apenas foram informados que a jovem estava sob risco de necrose, segundo repercutido pelo G1.

Alessandra fora internada para o procedimento no dia 3 de fevereiro no Hospital da Mulher Heloneida Studart, em São João de Meriti, Baixada Fluminense. Na noite, os médicos detectaram uma hemorragia. Assim, Alessandra teve que passar pela retirada completa do útero.

Alessandra dos Santos Silva, a passista da Acadêmicos do Grande Rio /Crédito: Reprodução/Vídeo

O episódio

Quando os familiares a visitaram no dia 5 de fevereiro, Alessandra estava intubada e também estava com os braços e pernas enfaixados. Os dedos da mão esquerda estavam escurecidos.

Segundo a mãe da passista, informaram que isso aconteceu, pois, a paciente sentia frio. Ana Maria disse que a equipe médica responsável tentou esconder a necrose com ataduras. 

Eles tentaram esconder a necrose com ataduras, fingindo que estava aquecendo ela. Ainda falaram ‘é só para aquecer, mãezinha’. Tudo que falavam era por alto. Na transferência que disseram que ela tinha possibilidade de óbito”, disse Ana Maria, conforme repercutido pelo G1. 

Já em 6 de fevereiro, os familiares receberam a informação de que Alessandra precisaria ser transferida para o Instituto Estadual de Cardiologia Aloysio de Castro (Iecac), localizado em Botafogo. Ela, que estava intubada, também estava com o braço 'praticamente preto'. Um médico disse que o braço precisaria ser drenado, 'que já estava começando a necrosar'. 

Em 10 de fevereiro, o instituto contatou a família e disse que o procedimento de drenagem não teve efeito. Disseram que 'ou era a vida de Alessandra, ou era o braço', afinal, a necrose poderia aumentar. Como resultado, a amputação foi autorizada pelos familiares de Alessandra.

Embora a amputação tenha sido feita, o estado de saúde de era alarmante: o rim e o fígado estavam 'quase parando' e a passista tinha risco de sofrer uma infecção generalizada. Ela foi extubada em 12 de fevereiro e recebeu alta em 15 de fevereiro. 

Ao voltar na instituição para revisar o procedimento de amputação, no dia 28 de fevereiro, o estado dos pontos chamou atenção do médico, conforme resgatado pela mãe de Alessandra. Elas foram orientadas a retornar até o Hospital da Mulher Heloneida Studart, todavia, acabaram procurando outros hospitais.

Sem conseguir atendimento em diferentes unidades hospitalares em 4 de março, Alessandra foi internada no Hospital Maternidade Fernando Magalhães e transferida para o Hospital Municipal Sousa Aguiar. Ela recebeu alta no dia 4 de abril. Um boletim de ocorrência a respeito do episódio foi aberto.

“Já fizemos um requerimento nos hospitais para pegar os prontuários. A partir desse documento, a gente vai entrar com uma ação contra o Estado”, afirmou a advogada Bianca Kald.

A Secretaria Estadual de Saúde disse uma sindicância será aberta para analisar a amputação no Hospital da Mulher Heloneida Studart. A Polícia Civil informou que o episódio foi registrado na 64º DP e também que o laudo médico de Alessandra será analisado.

Reparação

Alessandra trabalhava como trancista e implantista de cabelos. Ao lado do sócio Lucas, eles trabalhavam juntos em um salão e já tinham a ideia de abrir mais uma unidade. Ela reforça que eles 'tiraram a sua vida'. 

“Como que eu faço isso agora se eu fui vítima dessa atrocidade? Espero que eles não façam isso com mais ninguém, eles não tiram vidas só quando as pessoas vão a óbito. Eles tiraram a minha vida”, disse ela.

Alessandra disse exigir saber o que aconteceu e também espera que o hospital forneça suporte financeiro. 

"Eu quero e exijo saber o que aconteceu. Eu vou lutar e vou até o fim. Tenho fotos, tenho vídeos e provas. Quero me contem a verdade. Eles tem que ser honestos, quero saber qual erro que causou a amputação do meu braço. Eles esperavam que eu morresse em casa? Espero pelo menos uma reparação moral e financeira porque eles acabaram com a minha fonte de renda", disse ela.