Busca
Facebook Aventuras na HistóriaTwitter Aventuras na HistóriaInstagram Aventuras na HistóriaYoutube Aventuras na HistóriaTiktok Aventuras na HistóriaSpotify Aventuras na História
Notícias / Egito Antigo

Mãos enterradas em palácio egípcio podem ter sido troféus trocados por ouro

Doze mãos decepadas foram encontradas em antigo palácio no Egito, e provavelmente tinham a ver com cerimônia chamada de "ouro de honra"

Eduardo Lima, sob supervisão de Thiago Lincolins Publicado em 18/04/2023, às 17h08 - Atualizado às 17h09

WhatsAppFacebookTwitterFlipboardGmail
Algumas das mãos encontradas no palácio, com cores digitais para ressaltar os fósseis - Divulgação/Gresky, J. et al./Revista Nature
Algumas das mãos encontradas no palácio, com cores digitais para ressaltar os fósseis - Divulgação/Gresky, J. et al./Revista Nature

Uma equipe de arqueólogos encontrou as mãos direitas decepadas de pelo menos 12 indivíduos em um antigo palácio real no Egito. Ao que tudo indica, elas foram trocadas por ouro em uma cerimônia que aconteceu há cerca de 3.600 anos.

As mãos foram encontradas em três poços, durante uma escavação arqueológica que se deu em 2011 no pátio de um palácio da antiga cidade de Avaris, hoje Tell el-Dab'a, no norte do Egito. Dos membros encontrados, 11 com certeza pertenciam a homens, mas o sexo da 12ª mão é incerto, podendo ter pertencido a uma mulher.

O estudo, publicado no dia 31 de março na revista Nature, mostrou que os ossos encontrados não apresentavam sinais de degeneração que vem com a idade, então as mãos provavelmente pertenciam a pessoas de 14 a 21 anos.

"Ouro de honra"

Essas estranhas mãos decepadas são, segundo os arqueólogos que as encontraram, as primeiras evidências físicas de uma antiga prática conhecida como "ouro de honra", encontrada em registros escritos do Egito Antigo.

Segundo o site de divulgação científica LiveScience, a prática consistia em guerreiros trazendo as mãos decepadas de seus inimigos. Só o membro direito era aceito.

Em troca do "troféu" de guerra, os soldados egípcios recebiam um colar de pedras de ouro. Essa explicação ajuda a entender porque a maioria das mãos são masculinas e jovens, já que eram os homens com idade para lutar. 

A 12ª mão, possivelmente feminina, não é exatamente uma surpresa para os arqueólogos. Segundo a equipe do estudo, mulheres e guerra não existiam em cenários separados, com presenças femininas importantes nas esferas políticas, sociais e religiosas.

Não está claro se as mãos foram decepadas de guerreiros que estavam mortos ou vivos, contudo, os atos provavelmente aconteceram próximos à cidade de Avaris, visto que as mãos estavam intactas quando foram enterradas na cidade.