O corpo tinha sinais de violência sexual e foi encontrado em área onde outros oito corpos foram achados
Redação Publicado em 07/05/2023, às 09h13
Na Terra Indígena Yanomami, no estado de Roraima, o corpo de uma mulher foi localizado próximo a uma área de garimpo onde, na última segunda, 01, outros oito corpos foram encontrados. A Polícia Federal (PF) afirmou que a mulher achada no sábado, 6, tinha sinais de violência sexual.
A mulher ainda não foi identificada, mas a PF já conseguiu reconhecer indícios de que ela talvez tenha sido morta por enforcamento. O corpo foi encontrado durante um sobrevoo da Força Nacional na região da comunidade Uxiu. Segundo a Folha de S.Paulo, a terra indígena dos yanomami enfrenta uma escalada de violência ligada ao garimpo ilegal.
Na mesma região de Uxiu, três homens yanomamis foram baleados no sábado, 29. Um deles morreu no ataque que foi provavelmente promovido pelos garimpeiros instalados na área. Quanto ao corpo da mulher encontrada, ele foi encaminhado ao IML (Instituto Médico Legal) de Boa Vista, capital do Roraima.
Os casos de violência envolvendo garimpeiros em terras yanomami estão acontecendo em uma frequência constante. No domingo, 30, equipes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e do Ibama foram alvo de tiros de garimpeiros. Quatro deles foram mortos por agentes da PRF, e uma grande quantidade de armamentos foi encontrada na área.
No dia seguinte, na segunda-feira, 01, oito corpos de vítimas não-indígenas foram encontrados na região. Segundo a Folha, alguns investigadores e pessoas envolvidas na apuração acreditam que isso tenha sido uma retaliação por um ataque prévio de garimpeiros, que aconteceu durante uma cerimônia fúnebre da comunidade.
Segundo a reportagem da Folha, o perigo na Terra Indígena Yanomami cresce porque grande parte dos garimpos que ainda continuam na região são mais ligados ao tráfico de drogas e ao PCC (Primeiro Comando da Capital). A operação para retirar o garimpo da região começou depois do decreto de emergência sanitária, em janeiro, que mostrou ao restante do país a crise humanitária vivida pelos yanomami.
