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Notícias / Arqueologia

Mulheres vikings de crânio alongado sugerem antigos contatos no Mar Negro

Três crânios alongados de mulheres da Era Viking descobertos na Suécia podem indicar contatos desconhecidos entre escandinavos com povos estrangeiros no século 10

Éric Moreira Publicado em 10/04/2024, às 13h12

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Crânio alongado de mulher viking encontrado na ilha de Gotland, na Suécia - Divulgação/SHM/Johnny Karlson 05-11-2008 (CC BY 2.5 SE)
Crânio alongado de mulher viking encontrado na ilha de Gotland, na Suécia - Divulgação/SHM/Johnny Karlson 05-11-2008 (CC BY 2.5 SE)

Um novo estudo publicado na revista Current Swedish Archaeology sugere que crânios alongados de mulheres encontrados na ilha de Gotland, na Suécia, podem ser evidência de que os vikings da Escandinávia do século 10 tiveram contatos comerciais com outros povos pelo Mar Negro.

Conforme aponta o estudo, os crânios destas mulheres foram modificados deliberadamente desde o nascimento, envolvendo a cabeça delas com bandagens desde o nascimento. A prática, no caso, é atribuída aos povos hunos nômades, que invadiram a Europa a partir da Ásia nos séculos 4 e 5.

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Essa modificação foi identificada nos crânios de apenas três mulheres da Era Viking encontrados em Gotland. O que chama atenção, porém, é que isso não foi encontrado em nenhum outro lugar da Escandinávia; logo, seria uma prática estrangeira, aponta Matthias Toplak, arqueólogo do Museu Viking Haithabu, na Alemanha, e principal autor do estudo.

Presumo que a aparência estranha (ou melhor, alienígena) dessas mulheres era visível. Pode ter sido um símbolo de uma certa elite ou de algum outro grupo social", conta o pesquisador à WordsSideKick.com via e-mail.

Possivelmente, a modificação nos crânios foi um costume restrito a apenas algumas mulheres de uma mesma família, possivelmente para destacar sua relação com uma região distante. Toplak pontua que pelo menos uma das mulheres pode ter sido originada daquela região.

"Sugiro que as deformações do crânio em Gotland foram consideradas como evidência de contatos comerciais de longo alcance e, portanto, como símbolos de influência e sucesso no comércio", complementa o pesquisador ainda à WordsSideKick.com.

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Modificações corporais

Além do alongamento dos crânios, Toplak e seu coautor, Lukas Kerk (arqueólgoo da Universidade de Münster, também da Alemanha), também destacam no estudo outra modificação corporal: o lixamento de dentes. Essa prática possivelmente foi uma forma de identificação para certos grupos de comerciantes da Era Viking, servindo talvez como um ritual de iniciação, apontam os autores do estudo.

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Os registros observados na Escandinávia da Era Viking devem ser intencionais. Experiências modernas indicam que uma lima de ferro é necessária para obter essas ranhuras distintas", acrescenta Toplak.

Ele também destaca que Gotland serviu, no passado, como centro de todas as atividades comerciais do Mar Báltico, desde o fim da Era Viking até a Idade Média, informa o Live Science.