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Notícias / Reino Unido

Por que os museus britânicos estão parando de usar a palavra 'múmia'?

Museus no Reino Unido buscam enfatizar ao público que tratavam-se de pessoas reais e não seres sobrenaturais

Redação Publicado em 24/01/2023, às 14h39

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Visitantes observam "pessoa mumificada" em museu no Reino Unido - Getty Images
Visitantes observam "pessoa mumificada" em museu no Reino Unido - Getty Images

O uso da palavra “múmia” nos museus do Reino Unido podem estar com os dias contados. Nesta terça-feira, 24, as entidades falaram publicamente sobre uma alteração que consiste no não uso da palavra, com o objetivo de enfatizar aos visitantes que se tratam de seres humanos reais. 

Segundo informações publicadas pelo jornal O Globo, Jo Anderson, assistente de arqueologia do Great North Museum Hancock, na Inglaterra, publicou um artigo em 2021 explicando alguns motivos para deixar de usar a palavra "múmia":

Ao usar termos como 'pessoa mumificada', podemos começar a mudar nossa perspectiva e ver esses restos como realmente são – não objetos ou curiosidades, mas seres humanos reais que já estiveram vivos e tinham crenças muito específicas sobre como seus corpos deveriam ser tratados após a morte".

Museus

O Museu Hancock possui um acervo de restos mumificados de Irtyru, uma mulher, comprados por cientistas em Paris. Muitas vezes, conforme declarado por Adam Goldwater, diretor da instituição, as pessoas não conhecem a real história de vida dela e reconhecem apenas as questões sobrenaturais ou de alguma maldição, reforçadas e popularizadas pela cultura pop.

Outros especialistas, como Daniel Antonie, responsável pelos setores do Egito e Sudão no Museu Britânico de Londres, concordam com a mudança da linguagem para se referir aos restos mortais. Em entrevista para a CNN, ele afirmou:

Temos restos humanos de todo o mundo e podemos variar a terminologia que usamos dependendo de como foram preservados. Ao exibi-los com mais sensibilidade, esperamos que nossos visitantes vejam seus restos mortais pela perspectiva real e pelo que o indivíduo viveu.

No entanto, em comunicado para a CNN, Antonie ressaltou que embora o campo "esteja procurando a maneira mais apropriada de exibir restos humanos por cerca de 30 anos, em termos do uso da palavra 'múmia', é algo mais recente".

Mudança gradual 

Apesar de tratar-se de uma alteração gradual e dependente de cada cultura, os museus estão se preocupando cada vez mais com as formas de exibição desse recorte histórico

É o caso do Museu Britânico, que, em placas mais recentes, já descrevem com a expressão "pessoa mumificada".