Busca
Facebook Aventuras na HistóriaTwitter Aventuras na HistóriaInstagram Aventuras na HistóriaYoutube Aventuras na HistóriaTiktok Aventuras na HistóriaSpotify Aventuras na História
Notícias / Estudo

Na Ilha da Trindade, estudo encontra rochas compostas por plástico

O estudo foi realizado por cientistas brasileiros no Parcel das Tartarugas

Isabelly de Lima, sob supervisão de Fabio Previdelli Publicado em 25/01/2023, às 08h40

WhatsAppFacebookTwitterFlipboardGmail
Foto da rocha feita de plástico - Divulgação / Fernanda Avelar Santos
Foto da rocha feita de plástico - Divulgação / Fernanda Avelar Santos

Junto com outras instituições, pesquisadores da Universidade Federal do Paraná (UFPR) encontraram no Parcel das Tartarugas, região da Ilha da Trindade (Espírito Santo), rochas compostas por plásticos. A ilha vulcânica é administrada pela Marinha. A pesquisadora responsável explica que todas as rochas encontradas na ilha são cimentadas por plástico.

A descoberta é da doutoranda do programa de pós-graduação em Geologia da UFPR, Fernanda Avelar Santos, em 2019, enquanto realizava o mapeamento dos riscos geológicos. "Toda a estrutura dessas rochas é formada por plástico queimado", disse ela.

Segundo a pesquisadora, o material era proveniente das redes de pesca que chegaram até a praia por correntes oceânicas, tendo ação humana na queima a fim de eliminar tal lixo.

Esse plástico derretido, semelhante a uma lava vulcânica, começou a incorporar os fragmentos da praia e formar essas novas ocorrências na geologia".

Publicação dos resultados

No estudo, publicado na revista Marine Pollution Bulletin, foram identificados quatro tipos de formas de detritos plásticos, diferentes em todos os aspectos. De acordo com a Agência Brasil, via UOL, este é o primeiro relato no Brasil desses detritos plásticos com aparência de rocha, assim como é o primeiro no mundo que encontrou um afloramento na superfície da praia com todos os tipos.

Rocha feita com detritos plásticos - Crédito: Divulgação / Fernanda Avelar Santos

Fernanda e sua equipe, composta por um oceanógrafo; seis geólogos da UFPR, Universidade de São Paulo (USP) e Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS); e dois químicos, afirmam que o estudo terá continuidade. No fim do ano passado, eles foram a campo e retornaram com novos dados.

Segundo Fernanda, o objetivo de dar continuidade ao estudo é entender a dinâmica do material. “A gente vai continuar o trabalho com microplástico também, tentar encaixar esse material em modelos geológicos e ver como ele está se preservando no registro sedimentar da região. A gente vai tentar trazer coisas novas, novos olhares para essas ocorrências”, disse ela.