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Notícias / Marte

NASA pode ter ‘matado’ evidência de vida em Marte há 50 anos

Em busca de vida alienígena no Planeta Vermelho, missão da agência espacial pode ter feito o oposto, aponta cientista

Fabio Previdelli

por Fabio Previdelli

fprevidelli_colab@caras.com.br

Publicado em 29/08/2023, às 14h24

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Marte, o Planeta Vermelho - Divulgação / NASA
Marte, o Planeta Vermelho - Divulgação / NASA

Há 50 anos, a NASA enviou duas sondas Viking para Marte. A agência espacial norte-americana estava em busca de vida no Planeta Vermelho, mas a ação pode ter matado acidentalmente quaisquer indícios dela.

A afirmação foi feita por Dirk Schulze-Makuch, da Universidade Técnica de Berlim, que diz acreditar que uma experiência realizada na década de 1970 acabou com a vida alienígena. Na ocasião, a NASA adicionou água ao solo de Marte, mas Schulze-Makuch aponta que a ação pode ter afogado qualquer indício de vida.

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Conforme repercute o Daily Mail, Dirk crê que a solução nutritiva colocada no solo pode ter sido muito líquida "e [qualquer vida] morreu depois disso". Embora a explicação possa parecer estranha, o mesmo acontece com micróbios que vivem em rochas salinas no Atacama, que possui uma paisagem semelhante ao Planeta Vermelho. Eles não precisam de chuva para sobreviver e muita água os erradicariam.

As sondas Viking

A missão Viking da NASA pousou em Marte em 20 de julho de 1976; e a Viking 2 em 3 de setembro do mesmo ano. Os equipamentos permitiram a busca por possíveis sinais de vida e as propriedades físicas e magnéticas do solo e da atmosfera de Marte.

Em artigo opinativo para a BigThink, porém, Schulze-Makuch descreve os resultados como "intrigantes", apontando que um dos testes deu positivo e outro negativo para a troca gasosa. Mesmo com isso, pequenas quantidades de compostos orgânicos de clorados foram identificados.

A teoria estudada na época é que caso existisse vida em Marte, os microrganismos consumiriam os nutrientes e liberariam o carbono radioativo na forma de gás. Porém, em 2007, o professor apontou que a vida marciana poderia conter peróxido de hidrogênio em suas células.

"Se assumirmos que a vida nativa marciana pode ter-se adaptado ao seu ambiente através da incorporação de peróxido de hidrogênio nas suas células, isso poderia explicar os resultados do Viking", escreveu Dirk Schulze-Makuch.

Se as células marcianas contivessem peróxido de hidrogênio, isso as teria matado".

"Além disso, teria feito com que o peróxido de hidrogênio reagisse com quaisquer moléculas orgânicas nas proximidades para formar grandes quantidades de dióxido de carbono — que foi exatamente o que o instrumento detectou", continuou.

Além do mais, outro experimento, de liberação pirolítica, usado para teste de síntese orgânica, também resultou positivamente. Esse processo misturou monóxido de carbono e dióxido de carbono da Terra para ver se o carbono seria incorporado ao solo. Embora as sondas tenham detectado produtos orgânicos clorados, os cientistas apontaram que as naves pudessem ter infectado o planeta por não ter sido tratada adequadamente.

"No entanto, missões subsequentes verificaram a presença de compostos orgânicos nativos em Marte, embora numa forma clorada", escreveu Dirk Schulze-Makuch. "A vida em Marte poderia ter-se adaptado ao ambiente árido, existindo dentro de rochas salgadas e absorvendo água diretamente da atmosfera".

As experiências Viking, que envolveram a adição de água a amostras de solo, podem ter sobrecarregado estes micróbios potenciais, levando à sua morte", finalizou.

Por fim, é importante ressaltar que Dirk Schulze-Makuch não é o primeiro cientista a propor essa ideia. Um estudo divulgado em 2016 apontou a mesma teoria.