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Notícias / Grande Revolta

Local exato onde ocorreu a "Grande Revolta" é descoberto, no Egito

No local, ocorreu a "Grande Revolta" gravada na Pedra de Roseta

Luisa Alves, sob supervisão de Giovanna Gomes Publicado em 03/02/2023, às 15h34 - Atualizado às 16h13

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Imagens das descobertas presentes no estudo - Divulgação / J. Silverstein, R. Littman
Imagens das descobertas presentes no estudo - Divulgação / J. Silverstein, R. Littman

Foi descoberto no Egito, um campo de batalha disputado pelos antigos egípcios e pelo Reino Ptolemaico e mencionado na Pedra de Roseta. Foi nesse local que ocorreu a batalha da 'Grande Revolta'.

O local exato de uma das batalhas da revolta foi descoberto somente agora pelos arqueólogos, mesmo que há muito já se tenha conhecimento da Grande Revolta —batalha entre os antigos egípcios e o reino ptolomaico que foi de 207 a.C a 184 a.C — mencionada na Pedra da Roseta.

Para o Projeto Arqueológico Tell Timai, em 2009, esses arqueólogos começaram uma escavação num local conhecido como Tell el-Timai, onde havia uma antiga cidade industrial greco -romana chamada Thmouis, localizada no delta do Nilo, no norte do Egito.

Segundo essa pesquisa, descobriu-se evidências de que Thmouis era o "marco zero" de um conflito violento, que os arqueólogos não sabiam qual, a princípio. Como repercutido pela LiveScience, essas descobertas foram publicadas em 27 de dezembro de 2022 no Journal of Field Archaeology.

Desvendando o período da batalha

A Pedra de Roseta contém um decreto escrito em 196 a.C, período em que ocorria a Grande Revolta, durante o reinado do faraó Ptolomeu V. Os arqueólogos, utilizando-se de alguns dos artefatos retirados do local, como moedas tiradas de baixo do piso de uma casa, puderam desvendar o período da batalha com base em quando as moedas foram cunhadas. 

Durante as escavações, os arqueólogos também retiraram fragmentos de mercadorias gregas importadas e cacos de cerâmica. Através da análise do estilo dessas cerâmicas, eles puderam determinar que ela provavelmente datava do Reino Ptolemaico.

Eles também descobriram um complexo de forno abandonado onde a cerâmica era produzida, onde encontraram os restos de um homem dentro de um forno com as pernas para fora. 

Corpos

Eles desenterraram restos de vários edifícios que foram completamente queimados, além de um esconderijo com artefatos como armas, pedras de balista junto com moedas, e uma estátua sem cabeça que representava a rainha ptolomaicaArsinoe II

Curiosamente, eles descobriram diversos restos de corpos humanos antigos insepultos espalhados pela cidade. O co-diretor do projeto Tell Timai, arqueólogo e professor sênior da Nottingham Trent University, no Reino Unido, Jay Silverstein, disse à Live Science que encontrar pessoas desenterradas significava algo para desvendar.

"No Egito, as pessoas prestam muita atenção em enterrar pessoas, então ter pessoas desenterradas diz muito", disse Silverstein. "Todas essas descobertas estavam enviando uma mensagem de que houve algum evento aqui na história e tínhamos que descobrir o que era".

"Os mortos insepultos podem ser gregos que viveram em Thmouis que foram vencidos pela violência da insurreição, ou podem ser egípcios que morreram defendendo a cidade", escreveram os pesquisadores.

Tentativa de libertação

Segundo alguns textos históricos, os fornos foram fechados perto do final do início do período ptolomaico, quando alguns egípcios tentavam se libertar do domínio ptolomaico durante a Grande Revolta.

O estudo ainda diz que esses fornos foram "truncados em um nível uniforme", o que oferece mais evidências de que um ataque ocorreu no local. 

“A evidência de conflito e destruição no norte de Thmouis é inequívoca, e o momento é bem colocado … e, portanto, coincide com a Grande Revolta”, escreveram os autores do estudo em seu artigo.