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Matérias / Egito Antigo

O faraó da 'dinastia perdida' do Egito que teve uma violenta morte

O rei Senebkay viveu entre 1650 e 1550 a.C. e teve seus restos mortais analisados em 2015

Éric Moreira, sob supervisão de Thiago Lincolins Publicado em 29/01/2023, às 20h00

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Crânio de faraó 'esquecido' do Egito - Divulgação/Penn Museum/Josef Wegner
Crânio de faraó 'esquecido' do Egito - Divulgação/Penn Museum/Josef Wegner

Em 2014, foram encontrados quatro túmulos de faraós que pertenciam a uma família real que, até então, era desconhecida, da história do antigo Egito. Porém, um deles especificamente chamou bastante atenção dos arqueólogos, pois, apresentava indícios de que foi assassinado violentamente — o que, até então, era novidade para os antigos líderes de governo da região.

Identificado como o antigo rei Senebkay, ele viveu entre 1650 e 1550 a.C perto do antigo cemitério egípcio de Abydos, ao sul do Cairo. Uma análise de seus restos mortais revelou que, quando morreu, foi brutalmente atacado por um grupo de adversários com machados de "bico de pato" de bronze. Ao todo, recebeu 18 golpes, que penetraram até os ossos, incluindo golpes letais no crânio e nas costas. 

Esqueleto de antigo faraó egípcio brutalmente assassinado
Esqueleto de antigo faraó egípcio brutalmente assassinado / Crédito: Divulgação/Penn Museum/Josef Wegner

Brutalmente assassinado

De acordo com o National Geographic em reportagem de 2015,Senebkay provavelmente andava a cavalo quando foi atacado pela primeira vez — com um ferimento no tornozelo que quase teria decepado seu pé —, até que se iniciou o violento ataque.

Nos ossos, é possível identificar marcas nos joelhos, nas mãos, na parte inferior das costas — indicando que ele estaria sentado enquanto os golpes eram desferidos — e no crânio. O que provavelmente resultou em sua morte foram três golpes devastadores de machado na cabeça; um deles teve tanta força que a curvatura e a espessura da lâmina ficaram impressas em seu crânio.

"Alguém realmente o queria morto", disse Joe Wegner, arqueólogo da Universidade da Pensilvânia, na Filadélfia, que liderou a escavação, conforme repercutido pela National Geographic. "Para mim, a evidência física parece um ataque selvagem de soldados treinados."

Crânio de faraó assassinado, com marcas de golpes de machado
Crânio de faraó assassinado, com marcas de golpes de machado / Crédito: Divulgação/Penn Museum/Josef Wegner

Rei Senebkay

Além de informações acerca da morte do faraó, a análise do esqueleto revelou uma faixa etária de 35 a 40 anos no momento em que o faraó faleceu, e que tinha cerca de 1,80 m de altura, incomumente alto para o período e região. Ele teria vivido durante o Segundo Período Intermediário do antigo Egito, uma época de fragmentação política — possivelmente essa era a razão para ele ser atacado, apesar da posição — e não muito próspera. 

Seu túmulo foi descoberto entre outras seis estruturas subterrâneas identificadas em uma área de 46 metros de diâmetro, acompanhado por restos mortais em outras três tumbas, de outras pessoas. Acredita-se que os outros três esqueletos descobertos na necrópole pertencem a faraós do mesmo período, mas Senebkay foi o único cujo nome pôde ser identificado — além disso, seu nome também se encontra listado em um fragmento de papiro conhecido como 'Lista de Reis de Turim'.

Pesquisadores escavando necrópole do faraó Senebkay
Pesquisadores escavando necrópole do faraó Senebkay em 2014 / Crédito: Divulgação/Penn Museum/Josef Wegner

Reis guerreiros?

A partir da observação dos restos mortais, um dos outros esqueletos, embora não identificado, teria sido de um homem atlético que passava muito tempo realizando uma atividade repetitiva com o braço esquerdo. Segundo os pesquisadores, ele provavelmente praticava tiro com arco ou outro exercício de combate. Na época, Wegner explicou que as tumbas tivessem pertencido a uma dinastia de reis guerreiros.

Por fim, também não foi possível concluir onde Senebkay morreu ou quão grande era o território que governou, no entanto, a presença de lençóis no corpo sugere que ele não foi mumificado imediatamente após a morte. Segundo o National Geographic, seu corpo teria sido exposto ou transportado por algum tempo, provavelmente algumas semanas, antes de ser mumificado e enterrado.