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Notícias / Ciência

Nova técnica pode permitir criação de bebês com genes de dois homens

Nova técnica pode representar solução à infertilidade por casais de homens homossexuais e até mesmo mulheres que não conseguem produzir óvulos viáveis

Éric Moreira Publicado em 13/03/2024, às 09h25

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Fotografia tirada durante pesquisas para criação de embrião entre pessoas inférteis - Divulgação/Universidade de Saúde e Ciência de Oregon (OHSU)/Christine Torres Hicks
Fotografia tirada durante pesquisas para criação de embrião entre pessoas inférteis - Divulgação/Universidade de Saúde e Ciência de Oregon (OHSU)/Christine Torres Hicks

Um estudo recente publicado na revista Science Advances, na última sexta-feira, 8, pode representar o início de uma nova era na medicina. Isso porque, conforme descreve, pesquisadores da Universidade de Saúde e Ciência de Oregon (OHSU), nos Estados Unidos, podem estar próximos de superar a infertilidade e permitir, de maneira inédita, que dois homens possam ter filhos geneticamente relacionados com ambos.

Conforme descreve o artigo, a ideia dos cientistas é transformar uma célula da pele em um óvulo que possa produzir embriões viáveis. Assim, além de casais homossexuais de homens — infelizmente a técnica ainda não é possível para casais de mulheres —, essa pesquisa também pode ajudar mulheres de idade mais avançada que queiram engravidar, ou mesmo aquelas que não possam produzir óvulos por quaisquer razões.

A técnica que pode permitir tal avanço na ciência se chama gametogênese in vitro (IVG, na sigla em inglês), e envolve na transferência do núcleo de células somáticas. Atualmente, a técnica ainda está sendo aplicada apenas em camundongos.

O objetivo é produzir óvulos para pacientes que não têm os próprios óvulos", afirma em comunicado o pesquisador Shoukhrat Mitalipov, diretor do Centro de Terapia Celular e Gênica Embrionária da OHSU e autor sênior do estudo.

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Como funciona?

Conforme descrito pela Revista Galileu, a primeiro momento, os pesquisadores retiram o núcleo de uma célula da pele de um roedor (que, no futuro, poderá ser de um humano) e a colocam dentro do óvulo de um outro camundongo, que já teria seu núcleo removido. Então, metade dos cromossomos do núcleo implantado seriam descartados, e um óvulo haploide — com um único conjunto cromossômico — seria formado.

Uma vez que o óvulo se tornasse viável, o processo subsequente já seria mais simples: ele seria então fertilizado com esperma, a partir de uma fertilização in vitro, e assim um embrião diploide, com dois conjuntos de cromossomos, contendo informações genéticas de ambos os pais, seria obtido.

Essa publicação basicamente mostra como nós atingimos a haploidia. Na próxima fase da pesquisa, iremos determinar como melhorar o emparelhamento para que cada par de cromossomo se separe corretamente", complementa Mitalipov no comunicado.

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Além dos roedores, os pesquisadores também investigam como a técnica pode vir a ser aplicada em humanos, mas ainda pode demorar alguns anos para que ela seja realmente bem-sucedida, regulamentada e disponibilizada para uso clínico.