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Notícias / Arqueologia

Novo estudo descobre casos de tuberculose entre Neandertais

Uma análise do DNA de dois esqueletos de Neandertais revelou que o grupo pré-histórica chegou a contrair a doença infecciosa

Redação Publicado em 06/02/2024, às 17h58

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Ilustração representando neandertais (Homo neanderthalensis) em caverna - Domínio Público via Wikimedia Commons
Ilustração representando neandertais (Homo neanderthalensis) em caverna - Domínio Público via Wikimedia Commons

Dois estudos publicados na revista Tuberculosis, em dezembro de 2023, revelaram que os Neandertais da Europa Central sofriam de tuberculose. A análise, com base no DNA dos ossos de 35 mil anos, encontrou vestígios da doença entre eles pela primeira vez, o que levantou questões sobre o papel da infecção na extinção deste grupo. 

Uma das equipes, que contou com especialistas de todo o mundo, ficou responsável pela análise dos restos mortais de dois neandertais, encontrados em 1932 numa caverna da Hungria. Já o outro grupo os testou em busca de vestígios de Mycobacterium tuberculosis, bactéria responsável pela tuberculose.

A Caverna Subalyuk, situada ao norte da Hungria, é reconhecida como um local de enorme importância desde o Paleolítico Médio até o Final. Entre os vestígios encontrados estão os restos de uma mulher adulta e de uma criança.

Devido à presença de características humanas e neandertais nos esqueletos, os pesquisadores presumiram que os restos encontrados em Subalyuk representavam alguns dos últimos Neandertais da Europa Central.

Em 2023, a datação por carbono dos restos confirmou que a criança faleceu há aproximadamente 34.000 anos, enquanto o adulto faleceu mais cedo, cerca de 38.000 anos atrás.

Histórico de saúde

Conforme repercutido pelo portal da Live Science, os ossos dos indivíduos de Subalyuk também oferecem pistas sobre suas vidas, e possivelmente sobre suas mortes.

A equipe liderada por György Pálfi, da Universidade de Szeged, na Hungria, descobriu evidências de infecção esquelética em ambos os neandertais de Subalyuk, como lesões ósseas ao longo da coluna vertebral do adulto e dentro do crânio da criança.

Embora lesões líticas possam ser causadas por várias doenças, como o câncer, a localização e padrões nos corpos dos Neandertais sugerem um caso de tuberculose.

Para confirmar esse diagnóstico, a equipe de pesquisa liderada por Oona Lee, da Universidade de Birmingham, no Reino Unido, coletou amostras de ossos dos dois esqueletos e as analisou em busca de DNA de M. tuberculosis. 

Ambas as amostras testaram positivo. O primeiro método utilizado é conhecido como spoligotyping, que identifica sequências genéticas de tuberculose em uma amostra.

Já a análise de biomarcadores lipídicos, que caracteriza comunidades microbianas em uma amostra, também sugeriu que ambos os Neandertais tinham tuberculose.

Com base tanto nas observações morfológicas como no seu suporte biomolecular, podemos concluir que a tuberculose estava presente na Europa Central durante o Pleistoceno Superior, aproximadamente 36-39 mil anos atrás”, escreveu Pálfi e seus colegas em um dos estudos.

Novas questões

A identificação da tuberculose nos Neandertais levantou a questão de como eles contraíram essa doença. As evidências da infecção em grandes animais por toda a Europa antiga, especialmente em bisões, sugerem que os grupos que caçavam e consumiam esses animais provavelmente contraíram a tuberculose deles. 

Estudos futuros podem trazer à tona novas informações sobre doenças que impactaram os Neandertais e, potencialmente, apontar as razões por trás de sua extinção, segundo a equipe de pesquisa.