Acusação de estupro contra atletas gremistas voltou à tona após Cuca ser anunciado como técnico do Corinthians
por Fabio Previdelli
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Publicado em 21/04/2023, às 11h50 - Atualizado em 22/04/2023, às 10h24
Após o técnico Cuca ser anunciado como novo técnico do Corinthians, parte da torcida alvinegra se manifestou contrária a contratação, devido ao envolvimento de Cuca, ainda quando era jogador do Grêmio (RS), no Escândalo de Berna.
Em julho de 1987, Cuca, Eduardo, Fernando e Henrique foram acusados de estupro por Sandra Pfaffli, que tinha 13 anos na época, durante uma expedição com o tricolor gaúcho pela Suíça.
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Cuca ficou cerca de um mês preso no país europeu junto de seus colegas, mas com a ajuda do Itamaraty, os jogadores conseguiram retornar ao Brasil. Em 1989, Cuca foi condenado pelo caso.
Ele pegou 15 meses de prisão, mas não pelo crime de estupro, mas sim pelo fato da vítima ter 13 anos, o que a Justiça Suíça considerou violência sexual contra pessoa vulnerável. O atual treinador, porém, jamais cumpriu a pena, que prescreveu em 2004, visto que o Brasil não extradita seus cidadãos. Mas o que Cuca já disse sobre o Escândalo de Berna?
Em 2021, a polêmica reacendeu após Cuca ser cotado para assumir o Atlético-MG, o que fez com que o treinador se pronunciasse pela primeira vez sobre o caso em entrevista à jornalista Marília Ruiz, em seu blog no UOL.
"Venho neste momento falar de uma coisa que me incomoda muito, porque há 34 anos houve um episódio comigo. Essas coisas aconteceram há 34 anos e hoje elas estão vindo como se tivessem acontecido hoje e eu fosse condenado e culpado. Para resumir: eu não tenho culpa nenhuma de nada, nunca levantei um dedo indevidamente ou inadequadamente para alguma mulher", disse Cuca.
Essa é uma coisa que me incomoda bastante. A gente vê em alguns lugares: 'Ah, o Cuca não, por causa disso ou daquilo'. Eu não devo nada para ninguém. Não sou um cara do mal, não fiz nada de errado, não fui julgado e culpado por alguma coisa. Fui julgado à revelia, porque já não estava mais no Grêmio quando houve esse julgamento junto com os outros rapazes", prosseguiu.
Cuca ainda se defendeu das acusações de estupro e disse pouco se recordar do que aconteceu: "É uma coisa que eu tenho uma lembrança muito vaga, até porque não houve nada. Não houve estupro. Houve uma condenação por ter uma menor adentrado o quarto. Simplesmente isso. Não houve abuso sexual, não houve tentativa de abuso ou coisa assim. Só que hoje, 34 anos depois, com a força que os movimentos vêm pegando, a gente vê isso e ficamos sentidos".
Em gravação feita ao lado de sua esposa Rejane e das filhas Mayara e Natasha, o atual treinador do Corinthians reforçou o trabalho de continuar trabalhando como técnico e disse que prefere se afastar das polêmicas.
Eu quero treinar ainda grandes equipes, mas não quero nunca ser um cara mal falado. Prefiro ficar na minha casa a sair aí e achar polêmica, problema. Minha vida é baseada nesses conceitos, que são família, fé em Deus e ser uma pessoa honesta e íntegra", disse.
Por fim, Rejane defendeu o caráter do companheiro: "O Cuca é uma pessoa muito íntegra, um excelente pai. Se ele tivesse alguma atitude errada, eu jamais teria ficado casada com ele há tanto tempo. E esse tempo nos deu duas filhas lindas, que ele educou com muito amor, integridade e carinho."
