Busca
Facebook Aventuras na HistóriaTwitter Aventuras na HistóriaInstagram Aventuras na HistóriaYoutube Aventuras na HistóriaTiktok Aventuras na HistóriaSpotify Aventuras na História
Notícias / Poema

Objeto de 1,8 mil anos com poema escondido é encontrado em vila espanhola

Os pesquisadores encontraram no pedaço de vaso um curioso trecho de poema romano

Redação Publicado em 22/06/2023, às 15h37 - Atualizado às 15h53

WhatsAppFacebookTwitterFlipboardGmail
Pedaço do vaso encontrado por pesquisadores - Reprodução / Universidade de Córdoba
Pedaço do vaso encontrado por pesquisadores - Reprodução / Universidade de Córdoba

Um pedaço de vaso de azeite com cerca de 1,8 mil anos, que possui um trecho de um poema do poeta romano Virgílio, foi descoberto por acaso em Hornachuelos, na Espanha, por um morador chamado Francisco Adame, da vila de Ochavillo. O achado despertou interesse e acabou sendo objeto de um estudo arqueológico publicado em 5 de junho no Journal of Roman Archaeology.

A pesquisa, liderada por Iván González Tobar da Universidade de Córdoba, na Espanha, contou com a colaboração dos especialistas Antónia Soler i Nicolau, da Universidade das Ilhas Baleares, e Piero Berni Millet, da Universidade de Paul-Valéry-Montpellier, na França.

Ao decifrarem o texto presente nesse pequeno artefato, com dimensões de 6 cm de largura por 8 cm de comprimento, os pesquisadores perceberam que estavam diante de uma descoberta excepcional. O objeto continha a frase: "S vais avoniam glandemm arestapoqv tisaqv it", correspondente aos versos sete e oito do primeiro livro de "As Geórgicas", um poema escrito por Virgílio em 29 a.C., dedicado à vida no campo.

De acordo com um projeto de pesquisa da Universidade de Canterbury, na Austrália, dedicado ao poeta, Virgílio nasceu em 70 a.C., próximo a Mântua, no norte da Itália. Sua obra mais famosa, a "Eneida", foi encomendada pelo imperador Augusto, filho adotivo de Júlio César.

Sinal de cultura

Os autores do novo estudo levantam a hipótese de que os versos foram escritos na parte inferior do objeto, de forma que passassem despercebidos, representando um "sinal de conhecimento e cultura" deixado pela pessoa responsável. Isso sugere que havia um nível de alfabetização na fértil planície da área de Guadalquivir.

Além disso, é possível que uma criança forçada a trabalhar tenha escrito o poema, uma vez que o uso frequente de jovens trabalhadores nesse tipo de estabelecimento da indústria de azeite romana já foi documentado.