Em conversa com dez jovens entre 20 e 25 anos, papa Francisco falou sobre assuntos da sociedade moderna
Nesta quarta-feira, 5, estreia no Star+ o documentário 'Amém: Perguntando ao Papa', onde dez jovens, entre católicos, ateus e de outras religiões, com idade entre 20 e 25 anos, discutem com o papa Francisco questões da sociedade moderna.
Entre os temas abordados com Jorge Bergoglio, a figura mais importante da Igreja Católica, estão pautas como a relação moderna entre as pessoas, abusos sexuais cometidos por religiosos, feminismo, aborto, direitos LGBTQIA+, saúde mental, entre outros.
Segundo os espanhóis Jordi Évole e Màrius Sánchez, coprodutores do documentário, a produção de cerca de 80 minutos tem como objetivo "aproximar dois mundos que não costumam se comunicar e ver uma das pessoas mais influentes do mundo conversar com um grupo de jovens cujo modo de vida às vezes se choca com os princípios da Igreja".
Conforme relatado pela AFP, 'Amém: Perguntando ao Papa' foi produzido a partir de uma reunião de quatro horas entre os jovens e o pontífice, realizada em junho de 2022, em Roma. Os dez jovens foram selecionados entre 150 pessoas. Entretanto, "em nenhum momento escolhemos as perguntas", aponta os cineastas.
Em uma das perguntas, Célia, que se define como uma pessoa não-binária, pergunta para Francisco: "Você conhece o Tinder?". O papa nega, mas, logo em seguida, afirma que "os jovens têm essa vontade de se conhecerem e isso é muito bom".
Ela ainda questiona a visão do líder católico sobre membros da Igreja "que promovem o ódio e usam a Bíblia para apoiar" esse tipo de pauta. "São infiltrados que usam a Igreja para suas paixões pessoais", rebate o argentino.
'Amém: Perguntando ao Papa' ainda conta com situações inesperadas, quando uma criadora de conteúdo adulto conversa com o religioso sobre sua relação com a masturbação; e outros mais polêmicos, como casos de pedofilia abafados pela Igreja.
Juan, que foi vítima de um religioso, questiona o papa sobre seu caso, que foi arquivado pela Santa Sé, aponta a AFP. "Me dói o que me diz, uma sentença assim tão leviana", responde Francisco, que diz aguardar uma decisão final "para que o caso seja revisto".
Por fim, o papa Francisco mantém seu posicionamento sobre a religião e as questões a respeito das diferentes orientações sexuais e identidades de gênero: "Toda pessoa é filha de Deus. Deus não rejeita ninguém, Deus é pai. Não tenho o direito de expulsar ninguém da Igreja".
