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Notícias / Ciência

Pesquisa sugere que carne de píton pode ser solução alimentar para o futuro

Segundo novo estudo, carne de píton pode ser mais sustentável e gerar menos gases de efeito estufa que vacas, aves ou porcos; entenda!

Éric Moreira Publicado em 18/03/2024, às 10h11

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Píton-reticulada (Malayopython reticulatus) - Foto por Steve Wilson pelo Wikimedia Commons
Píton-reticulada (Malayopython reticulatus) - Foto por Steve Wilson pelo Wikimedia Commons

Nas últimas décadas, o mundo vem sofrendo cada vez mais com problemas como a insegurança alimentar de vários grupos e, principalmente, o agravamento do aquecimento global. Porém, uma pesquisa recente publicada no dia 14 no periódico Scientific Reports sugere uma possibilidade inusitada de fonte de alimento que pode ajudar com esses dois problemas: carne de píton.

De acordo com a Revista Galileu, o consumo de carne de píton já é comum em alguns países da Ásia, como a Tailândia e o Vietnã, e esse tipo de alimento vem se mostrando, além de rico em proteínas e com baixo teor de gordura saturada, bastante sustentável. Ainda assim, agricultores tradicionais ainda não levam essa prática de cultivo muito a sério.

No estudo, pesquisadores das universidades Macquaire, na Austrália, e Oxford, do Reino Unido, analisaram 4,6 mil pítons em duas fazendas de cultivo do animal, dos países mencionados anteriormente. Neles, duas espécies eram cultivadas: a píton-reticulada (Malayopython reticulatus) e a píton birmanesa (Python bivittatus).

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Nos locais, as cobras eram mantidas e criadas em armazéns semi abertos, que permitiam a ventilação e uma temperatura do ambiente natural destes animais. As pítons eram alimentadas apenas uma vez por semana, geralmente com roedores ou restos de proteínas de cadeias de suprimentos de comidas agrícolas.

Rentável e sustentável

No estudo, os pesquisadores notaram que, em apenas 12 meses, as pítons apresentaram ritmo de crescimento bastante rápido, em especial as fêmeas. Em média, elas ganhavam 46 gramas por dia — e, cada grama da píton birmanesa podia render até 4,1 gramas de comida a ser consumida, o que faz dela mais produtiva que a carne de outros tipos de animais de consumo mais comum.

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Os répteis de sangue frio são mais eficientes em transformar os alimentos que comem em mais carne e tecido corporal do que qualquer outra criatura de sangue quente poderia", explica o líder do estudo, dr. Daniel Natusch, da Escola de Ciências Naturais da Universidade Macquarie, em comunicado.

Além disso, outro ponto de destaque no estudo é que as fazendas de pítons produzem menos gases de efeito estufa que as de cultivo de vacas, porcos e aves — no Brasil, por exemplo, o rebanho bovino é responsável por 18,4% dos gases de efeito estufa emitidos, segundo o blog Way Carbon.

"A habilidade das pítons de jejuar para regular seus processos metabólicos e manter a condição corporal melhora a segurança alimentar em ambientes voláteis, sugerindo que o cultivo de pítons pode oferecer uma resposta flexível e eficaz à insegurança alimentar global", descreve, por fim, a pesquisa.