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Notícias / Estados Unidos

Piloto alega que efeitos de ‘cogumelo alucinógeno’ o fizeram desligar motor de avião

Por conta do episódio, ocorrido em 22 de outubro, o piloto de avião Joseph Emerson enfrenta 83 acusações de homicídio

Fabio Previdelli

por Fabio Previdelli

fprevidelli_colab@caras.com.br

Publicado em 11/11/2023, às 10h55

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Imagem ilustrativa - PxHere
Imagem ilustrativa - PxHere

Em 22 de outubro, o piloto de avião Joseph Emerson, de 44 anos, que trabalha para a Alaska Airlines, foi acusado de desligar os motores da aeronave durante o voo. Por conta disso, ele recebeu 83 acusações de tentativa de homicídio.

Na última sexta-feira, 10, o The New York Times publicou uma entrevista com o piloto, que disse ter sido afetado por cogumelos psicodélicos que ingeriu dois dias antes da viagem — durante um fim de semana em Washington, onde esteve em celebração do aniversário da morte de seu melhor amigo.

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Emerson relatou que pensava estar sonhando quando, na realidade, estava voltando para a Califórnia na cabine do piloto da Horizon Air. Aos promotores, ele alegou que "tinha consumido 'cogumelos mágicos' aproximadamente 48 horas antes" do episódio.

Achei que parando os dois motores, o avião começaria a se encaminhar para um acidente, e eu acordaria", explicou.

Atualmente na prisão do condado de Portland, no Oregon, Joseph Emerson relatou que nunca havia ingerido cogumelos anteriormente, e só o fez por insistência de uma pessoa que participou da celebração. O piloto relatou sofrer depressão desde a perda do melhor amigo, em 2018.

Ao NYT, Emerson contou que na noite em que consumiu o cogumelo, passou a sentir desconforto e temeu que seus amigos pudessem machucá-lo. "Eu tinha medo deles", alegou, afirmando ainda que começou a "ter a sensação de que isso não era real".

Pensei em muitas coisas traumáticas: 'Estou morto? Isso é um inferno?'", se questionou. "Estou revivendo esse trauma".

Cogumelo alucinógeno

No dia do voo, que saiu de um aeroporto de Washington, o piloto relatou que permaneceu em estado de sonho. Antes da decolagem, ele mandou um mensagem para seu amigo, que o havia deixado no aeroporto, afirmando estar sofrendo "um ataque de pânico".

"Mande lembranças… preciso estar em casa", continuou. Seu amigo, então, pediu para ele fazer "seus exercícios respiratórios". O piloto alega que a mensagem surgiu em sua cabeça como se tivesse escutando um áudio em seu fone de ouvido.

Assim, ele tirou o fone de ouvido da cabine do avião e começou a gritar pedindo por ajuda. Sem resposta, ele se convenceu de que estava elucidando, por isso teria puxado as alavancas de fechamento.

O estado de confusão permaneceu enquanto ele estava na sala de detenção do aeroporto de Portland; onde ele tirou sua roupa, urinou em si próprio e ainda tentou pular de uma janela — imaginando que o ato pudesse despertá-lo.

Ao jornal, Joseph apontou que jamais teve a intenção de machucar qualquer um dos passageiros. Ele ainda admitiu que enfrenta uma severa depressão em silêncio, por medo de ser impedido de continuar a exercer sua função.

Não sei se algum dia voltarei a pilotar um avião", ressentiu. "Eu realmente não sei. Eu tive um momento em que isso se tornou óbvio. E eu lamento isso".

Segundo a CNN, o piloto aguarda por uma acusação que será julgada no próximo dia 30 de novembro.