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Notícias / Estados Unidos

Policiais que mataram homem negro com 46 tiros não serão indiciados, decide júri

Jayland Walker foi morto com 46 após perseguição. Embora agentes acusem Walker de disparar contra carros da polícia, ele estava desarmado quando foi baleado

Fabio Previdelli

por Fabio Previdelli

fprevidelli_colab@caras.com.br

Publicado em 18/04/2023, às 10h15

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Jayland Walker, que foi morto por 46 tiros - Divulgação
Jayland Walker, que foi morto por 46 tiros - Divulgação

Na última segunda-feira, 17, o procurador-geral de Ohio, nos Estados Unidos, Dave Yost, anunciou que um júri decidiu por não indiciar criminalmente os oito policiais envolvidos na morte de Jayland Walker

Homem negro, Walker foi alvejado com 46 tiros em junho de 2022, na cidade de Akron, após uma abordagem de trânsito. As autoridades tentaram prender Jayland, à época com 25 anos, devido a uma infração de trânsito

O júri, formado por seis mulheres e três homens, sendo apenas dois deles negros, não poderia optar por condenar ou absolver os envolvidos, a decisão dizia respeito apenas se as evidências eram suficientes para seguir com o processo penal

Yost informou que o júri optou por não seguir com as acusações após ser informado que Walker teria atirado contra os polícias, ao menos uma vez, momentos antes de ser baleado, repercutiu a Folha de São Paulo. 

O caso 

Em junho de 2022, após uma abordagem, a polícia tentou prender Jayland Walker por uma infração de trânsito. Entretanto, o homem fugiu e uma perseguição de carro durou alguns minutos. 

Walker saltou do veículo e tentou iniciar uma fuga a pé, mas acabou sendo alvejado por inúmeros tiros, segundo registros de imagens da abordagem que foram divulgadas na ocasião. 

A polícia, no entanto, apontou que o sujeito havia atirado contra carro de agentes enquanto tentava dar fuga com seu veículo. Para provar a acusação, o departamento de polícia mostrou uma arma encontrada dentro do carro e também o invólucro do projétil disparado. 

Quanto tentou fugir a pé, Jayland Walker estava desarmado, algo que os policiais não perceberam e, como consequência, dispararam dezenas de vezes em sua direção. A autópsia informou que no corpo de Walker foram encontrados 60 marcas de tiro causadas por 46 disparos

"O grande júri concluiu que os policiais estavam legalmente amparados em seu uso da força", afirmou o procurador — fazendo referência à lei de Ohio que permite que autoridades usem força letal caso o alvo represente uma ameaça mortal para si ou para outras pessoas. Os agentes ainda disseram que tentaram imobilizá-lo com armas de choque antes de disparar com munição letal. 

Já vimos isso muitas vezes. Uma batida de trânsito de rotina termina em morte", rebateu a deputada democrata Emilia Sykes, que pedirá ao Departamento de Justiça uma revisão das práticas polícias de Akron. 

Os advogados dos familiares de Jayland Walker contestaram a decisão do júri, apontando que a promotoria conduziu o caso em favor dos policiais. "O que vimos acontecer no grande júri foi um erro jurídico. Jayland não teve chance", disse a advogada Paige White.