De acordo com a promotoria de justiça do Distrito de Nova York, a prisão declarada por Trump é uma falsa expectativa criada pelo ex-presidente
Redação Publicado em 23/03/2023, às 20h02
O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, no fim de semana, declarou em sua rede social que seria preso nessa última terça-feira, 21, pedindo protestos de apoiadores. Essa afirmação, no entanto, segundo a promotoria de justiça do Distrito de Nova York, faz parte de uma falsa expectativa criada pelo candidato republicano.
Depois do anúncio de sua suposta prisão pelo próprio Trump, no sábado, três deputados republicanos iniciaram uma ofensiva contra o promotor de justiça do Distrito de Nova York, Alvin Bragg, que investiga o caso do suposto pagamento de suborno à ex-atriz de filmes pornográficos, Stormy Daniels.
Em decorrência disso, nessa quinta-feira, 23, a promotoria de justiça do Distrito de Nova York disse que Trump criou falsas expectativas a respeito de sua prisão e levou parlamentares republicanos a interferirem na investigação.
É investigado pela Promotoria Distrital de Nova York, o pagamento, pelo ex-advogado de Trump, Michael Cohen, de 130 mil dólares à ex-atriz de filmes pornográficos Stormy Daniels, às vésperas da eleição presidencial de 2016, a fim de que ela não levasse a público uma suposto relação extraconjugal que teve com o empresário.
Ao grande júri formado para investigar o caso, Michael Cohen alegou que fez o pagamento em nome de Trump e depois foi reembolsado por ele. O grande júri irá decidir se há provas suficientes para que o ex-presidente se torne réu no processo.
Após as declarações do empresário, os parlamentares, em carta enviada à promotoria de justiça, pediram que Braggpreste depoimento ao Congresso americano. Eles também exigiram, sob alegação de que ele estaria abusando da autoridade no inquérito, o acesso a informações confidenciais da investigação.
Leslie Dubeck, assessora-geral da Promotoria, em carta assinada, respondeu à mensagem afirmando que as acusações vieram somente depois da postagem, na qual “Trump criou uma falsa expectativa de que ele seria preso, no dia seguinte, e que os advogados dele pediram aos parlamentares para intervir”.
Além disso, ela também confirma no texto que está “investigando alegações de que Donald Trump se envolveu em violações da lei penal do estado de Nova York" e que, na carta enviada pelos parlamentares, “os pedidos feitos representam uma incursão ilegal na soberania de Nova York”.
Como repercutido pelo O Globo, a polícia de Nova York reforçou a segurança em frente ao escritório de Bragg, no sul de Manhattan, e na Trump Tower e até chegou a ficar em alerta, após as declarações do ex-presidente norte-americano.
Não existia previsão do Grande Juri — encarregado de decidir sobre o indiciamento de Trump — de se reunir nessa quinta-feira e a expectativa é de que não haja deliberação sobre o caso essa semana.
